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porto velho, quinta-feira 18 de abril de 2024
Eu amo realmente esta cidade
Como quem ama uma mulher bonita.
Com forte paixão da mocidade,
Que pela vida no meu ser palpita.
Hei de cantá-la para a eternidade.
Ser seu amante é como lei escrita,
Que no meu peito, em doce suavidade,
Meu coração agradecido agita.
Quero dormir meu sono derradeiro,
No seu solo macio, hospitaleiro,
Que um dia me acolheu com seu calor
E ter meu nome em uma rua dela,
Para minha alma, passeando nela,
Declamar versos sobre nosso amor.
*****
Rio Madeira
Tu banhas a encosta da cidade
Que vai crescendo em direção ao leste.
E tua água contra a pedra investe
Com os rodopios de suavidade.
E com teus passos de eternidade
Quando a lua de prata te reveste,
Guardas a luz com que o céu se veste
De colorido no final da tarde.
Velho rio que levas a cantar
Doces cantigas de fazer ninar
No teu caminho de recordações.
E quando passas dentro de nós fica
Uma saudade que se petrifica
Ao encontrar as nossas ilusões...
***
Santo Antônio do Madeira
Velho rio chorando seu lamento
E a cidade dormindo na ruína,
De quem morreu em sonho de menina
No despertar do seu encantamento.
A cachoeira geme, enquanto o vento
Traz o som triste de pesada sina.
A praia, ao longe, de areia fina,
É véu de noiva para o casamento.
É a velha cidade do Madeira,
Da antiga estrada a estação primeira,
Dormindo o sono de quem já morreu
Com a igreja abençoando o rio,
Qual sentinela do grande vazio,
De tanta vida que já se perdeu...