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A política não é profissão


Por Valdemir Caldas

11/02/2019 10:16:13 - Atualizado


Se você é do tipo que vê a política como profissão e não esconde isso de ninguém, chegando, inclusive, a assumir essa condição publicamente, saiba que já passou da hora de rever sua postura. Exatamente por não se constituir numa profissão, a política deveria ser a mais nobre das atividades humanas.

Penso que o mandato político deveria ser uma interrupção passageira, na vida de uma pessoa, durante a qual ela se dedicaria por inteiro à causa pública. Por seu caráter especial, a política precisa ser exercida com elevado sentimento de missão, a cargo daqueles efetivamente vocacionados e preparados para cumpri-la.

Quando falo de preparo, não me refiro especificamente ao nível intelectual, que vejo como algo secundário, mas, sobretudo, a formação ética, que considero absolutamente indispensável a quem se dispõe a exercer um cargo público. Essa postura é condição imprescindível para gerar no político um sentimento quase religioso de respeito à coisa pública.

Infelizmente, a maioria prefere trilhar caminhos sinuosos, passando de guardião incorruptível do erário, como deveria ser, a parasitas e vermes, travestidos de homens decentes, transformando a função legislativa, que consiste na fiscalização do poder executivo, no jogo sujo do “é dando que se recebe”, confundindo a defesa de interesses fisiológicos e pessoais com as legitimas aspirações da população que jurou defender durante a campanha eleitoral.

Lamenta-se, profundamente, que isso ainda não tenha sido devidamente compreendido, principalmente por importantes segmentos da sociedade, que teimam em mandar para as casas legislativas não somente pessoas despreparadas, mas, sobretudo, sem nenhum compromisso com o bem-estar social. Pessoas que deveriam ser verdadeiros intérpretes das causas públicas, mas que acabam apequenando o mandato popular, transformando a política em profissão rendosa.

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