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porto velho, quinta-feira 25 de abril de 2024
No final de uma refeição ou no meio de uma tarde chuvosa, o chocolate nunca sai da nossa cabeça. E nem da dos pesquisadores de um encontro anual de biologia em San Diego, nos Estados Unidos, que apresentaram dois estudos sobre o impacto do chocolate amargo sobre a nossa saúde.
“Esta é a primeira vez que nós olhamos o impacto de grandes quantidades de cacau em doses tão pequenas quanto uma barra de chocolate”, afirma Lee S. Berk, pesquisador em psiconeuroimunologia e ciência dos alimentos e principal autor dos dois estudos. “Por anos, nós temos olhado para a influência do chocolate amargo em funções neurológicas do ponto de vista do conteúdo de açúcar.”
A partir disso, os cientistas decidiram prestar mais atenção na atuação do cacau sobre o nosso corpo. Foi assim que eles notaram, em um dos estudos, que o consumo do alimento pode regular sinais intracelulares de diversas funções, como a percepção sensorial e a ativação de linfócitos T, células que defendem nosso corpo de microorganismos estranhos.
Além disso, outro estudo revelou que o cacau é capaz de acentuar a neuroplasticidade do sistema nervoso, o que melhora nossa saúde comportamental e cerebral.
Ambas as pesquisas sugerem que o consumo de chocolate composto por, no mínimo, 70% de cacau possa trazer benefícios à nossa memória, imunidade e humor, além de reduzir os níveis de estresse e inflamação.
Isso ocorre, em parte, porque os flavonoides — substâncias resultantes do metabolismo de plantas e frutas — presentes no cacau são agentes antioxidantes e anti-inflamatórios extremamente potentes, com benefícios que para saúde do sistema cardiovascular e do cérebro.
Pesquisas com amostras maiores ainda devem ser realizadas para determinar quais são os mecanismos envolvidos nessa relação entre as grandes quantidades de cacau e as vantagens para a nossa saúde. Até lá, vamos comendo de pouco em pouco aquela deliciosa barra de chocolate amargo.