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    porto velho, quarta-feira 24 de abril de 2024

Sátira do cotidiano - A Varinha espanta burro - Crônica de Arimar Souza de Sá

Sátira da política e da linguagem moderna...


Publicada em: 22/09/2018 19:33:48 - Atualizado

CRÔNICA DE FIM DE SEMANA


A Varinha Espanta Burro
- Arimar Souza de Sá

Ah!... Se eu pudesse criar uma varinha mágica... Iria buscar Juscelino Kubitschek lá no infinito e teria a certeza de que o Brasil seria bem melhor.

Seria uma espécie de Varinha Espanta-burro! Dessas que, em um passe de mágica, pudessem retirar de tantas escritas um “Z” a mais, um “S” a menos, um “Ç” trocado por “SS” e vice-versa.

E, de quebra, ainda, daria uma palmadinha no traseiro de quem conseguisse errar, em uma só palavra, três vezes – como certa vez aconteceu com meu amigo Caetano que, numa zanga casual com sua amada Emília, tascou: “Escrosofrênita”!

Com minha Varinha Espanta-Burro eu iria fazer tanto estrago por aí que nem sei: Daria "varadas" em petições de certos “bacharéis”, em artigos de jornal e até em conversas, principalmente daquela turma nova que não consegue discernir os tempos verbais, e nem consciência tem de que existem, na na estrutura gramatical, um tal de “sujeito”, predicado” e complemento e vive inventando moda na escrita.

Com essa Varinha Espanta-Burro, quem sabe pudesse exorcizar, de vez, uns tantos desses fantasmas e assombrações que rondam os suntuosos corredores e gabinetes neste país de meu Deus, a perderem suas almas.

E lá me ia batendo, aqui e ali, nas costas ou no traseiro de muita gente grande e relaxada.

Gente da pesada,
Gente da baixada,
Gente da enxada,
Gente do canudo,
Gente do estaleiro,
Gente do terreiro,
Gente forte, brasileiro!

Com minha varinha mágica, eu gostaria de bater forte no bumbum do Brasil e dizer: acorda gigante, estão te roubando, vendendo-te na cara dura.

E vamos que vamos fazer mágica!

Na onda da modernidade, no embalo do Facebook, nas “conversas” de WhatsApp, nos ensinamentos do professor Google, o “pai dos burros” da era moderna; nas fanfarronices de gente “letrada”, nas “postagens” e “stories” do Instagram, na “expertise” compactada do Twitter, na tal "linguagem" dos novos tempos. Cruz credo!

Com minha Varinha Espanta-Burro, eu gostaria, ainda, num passe de mágica, de enxotar a mesmice política mal-intencionada do hoje e recordar o passado: trazer Ulisses Guimarães do fundo do mar e colocá-lo novamente na cadeira de presidente da Câmara para me embalar outra vez na ilusão de ser brasileiro.

E vamos que vamos, com a varinha, agora, fazendo mágica na seara política:

Esquecer o Cunha, o Lula e a turma do Zé Dirceu; o Aécio, o Sarney, .... que quadrilha! O nariz empinado da Gleisi Hoffman e sua garotada vermelha que, ao invés de governar para o povo, roubou tanto, e tão “corajosamente” para, ao final, de forma covarde, “amarelar” diante da caneta de Moro.

Mas deixa essa gente inescrupulosa pra lá,

Porque tem seca em Pernambuco, e no Ceará nem se fala!
Tem água sobrando em Rondônia,
Crime em Juiz de Fora e a dor que não cala.
Tem Axé na Bahia e, no fandango do Sul, de quando em vez corre bala.

E vamos que vamos!

Na beira do Madeira tem pé melancia já dando. Dando tem menina nova e afoita nas periferias; tudo é um show!

E vamos vamos pra frente, minha gente,

Porque o que fica ... são os versos, feitos sob o calor de emoções, na vida prosaica dos apaixonados. E, no final, restam as estrelas, incandescendo o espaço nas noites escuras de inverno amazônico.

Mas, mesmo assim, vamos que vamos com varinha na mão, com um toque, sossegar as inquietações do cotidiano brutal, porque o sol vai e vem, e não se cansa de estar presente, com os olhos arregalados, como tochas de fogo iluminando o universo.

Com a minha varinha mágica eu tocaria, enfim, no teto do universo e pediria aos santos para serem melhores conosco, mais complacentes, e bateria “de com força” no teto dos homens de poder, para dizer: “tenham vergonha na cara, bando de filhos da p..; porque estamos atentos”, e nessas eleições, vamos pagar pra ver.

Ah, se eu pudesse!...

AMÉM!



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