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O País dos sonhos num mundo sem Deus - Por Arimar Souza de Sá


Rondonoticias

Publicada em: 30/12/2018 10:33:12 - Atualizado


Acordei hoje e lembrei que estamos a dois dias do fim de 2.018. Dei-me conta, então, de me agarrar às últimas horas que ainda restam, e ao sinal positivo que ele deixou em mim. Porque a partir da próxima terça feira, ele não existirá mais e será apenas um marco de luz. E as realizações, que foram muitas, um patrimônio de cada um de nós, individualmente.

Com ele, estão sendo sepultados uma infinidade de sonhos e outros tantos sendo concretizados. Mulheres deram à luz a milhares de seres humanos, outros tantos foram transportados para a eternidade nas profundezas do infinito, onde os espíritos reinam sob a graça de Deus.

Comemoramos datas festivas: do nosso aniversário, dos nossos filhos, pais, irmãos, amigos e descansamos, tomando “umas”, “lavando o peritônio”, nos feriados cívicos e dos santos.

Alguns, poucos, pensaram em Deus, outros e muitos, jogaram nas loterias, nos bingos, buscando abraçar a sorte, mas, sobretudo, vivendo o fantástico show da vida.

Muitos casaram, juraram amor eterno. Para alguns o amor não se sustentou, e se divorciaram animados, também pela eternidade, em busca de uma vida nova.

Meus filhos cresceram, exigi boas notas. Igor passou direto, Yasmin, arrastada, mas passou, estão de férias.

No ano que está se esvaindo, grandes conquistas foram registradas. Numa delas, a grande massa, cansada das falcatruas do poder, se animou, tomou de assalto as redes sociais e elegeu um capitão do Exército Brasileiro para governar a vida de aliados e, queiram ou não, dos tais “resistentes”. O desiderato... só Deus sabe!

Lula da Silva foi preso, Marielle Franco foi assassinada e, igual à facada de Bolsonaro, ainda não se sabe nada dos mandantes. Perdemos a copa, em São Paulo o desabamento de um prédio em chamas, e em Manaus o incêndio de 600 casas chocaram a população brasileira.

Na Tailândia, doze crianças foram resgatadas com vida, depois de iguais doze dias presas na funda caverna ... e se fosse no Brasil – disse o humorista – ainda estaríamos na fase de organização da “Cavernobrás”, licitação para contratar empresas especializadas em resgates de cavernas, e outros “quês”...

Estão alguns homens, poucos, é claro, na busca de conquistar as linhas de Deus, enquanto outros, e muitos, quedaram-se aqui na terra, envolvidos com os mistérios insondáveis da fome, das drogas e da miséria.

Muitos milhões não estão à busca de outros astros – nos guetos, eles são as próprias estrelas sem luz, a perambular no mesmo Cosmo de Deus. Andam, sem saber, na mesma esquina da ilusão, submetidos à desfaçatez dos “homens” e enjaulados pelo sofrimento no império formado pela ignorância. E vão vivendo como a vida deixa.

Sopesadas as angústias de 2018, 
Medidas as circunstâncias...
Viver é preciso,
Navegar, nem se diga,
Construir, 
Um imperativo da sobrevivência humana.

Vamos, pois, ingressar no barco do novo ano com ganância, SIM, de construir um mundo melhor, emprestando asas para a nossa imaginação.

Vamos imaginar que haverá mais emprego, mais educação para os jovens, menos chicotes, menos estupros, mais policiais nas ruas, menos crime. E que João seja sempre de Deus e nunca mais do diabo.

Vamos torcer para que os governos sejam mais sóbrios, que abandonem os discursos e os fins escusos e façam como as formigas: “arregacem as mangas”, dando exemplo de trabalho diuturno para a construção de um futuro melhor.

E olhando, assim, para o futuro, com o verbo construir, rasguemos as vestes de nossas próprias mentiras e com as armas, quaisquer que sejam – enxada, caneta, terçado, bisturi ou mesmo uma agulha, comecemos a exorcizar o ócio, abrindo espaço às dimensões do trabalho digno para todos.

Porque, com trabalho, serão espancados definitivamente os grandes desconfortos gerados no bojo do mau humor e instalados no coração deste país, que está com febre, ardendo de vergonha, pelo retrato de angústia e corrupção vivido por 208 milhões de brasileiros nos últimos anos, especialmente neste que está findando.

E, com a mente voltada para o passado, mas de olho no futuro, façamos pelo menos um minuto de silêncio, “fazendo figa” para o que de pior aconteceu com cada um de nós, no Brasil e no mundo, e nunca mais se repita.

Depois do silêncio, façamos também uma prece para o ano de 2.019, começando assim:

Oh, Deus! Ajudai-nos a viver, pelo menos como gente, neste país de sonhos e do futuro chamado Brasil. Iluminai as cabeças dos homens de poder na construção de uma agenda nacional que contemple, sobretudo, a qualidade de vida, com liberdade, igualdade e fraternidade, para o bem de todos nós.

AMÉM!

FELIZ ANO NOVO! Que 2.019 venha com felicidades que não caibam num cesto do tamanho do mundo.


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