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    porto velho, quinta-feira 18 de abril de 2024

Copom reduz juro básico para 6,75% ao ano, menor taxa desde 1986

Corte é o 11º seguido na Selic e acontece na primeira reunião do Copom em 2018. Decisão leva a redução no rendimento da poupança, que passará a ser de 4,72% ao ano, mais TR.


G1

Publicada em: 07/02/2018 16:29:38 - Atualizado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (7) a redução da taxa básica de juros da economia, que passou de 7% para 6,75% ao ano. A decisão já era esperada pelo mercado.

Este foi o 11º corte consecutivo na Selic, que alcançou o menor patamar já registrado desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. Também é a menor taxa de juros de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986.

A expectativa do mercado, colhida pelo Banco Central e divulgada no relatório Focus na segunda-feira, aponta para uma estabilidade dos juros a partir de agora. Os analistas preveem que a Selic permanecerá em 6,75% ao ano até o fim de 2018, o que significaria o fim o ciclo contínuo de redução da taxa, iniciado em outubro de 2016.

Copom reduz a taxa Selic pela 11ª vez seguida, para 6,75% ao ano (Foto: Arte/G1)Copom reduz a taxa Selic pela 11ª vez seguida, para 6,75% ao ano (Foto: Arte/G1)A definição da taxa de juros pelo Banco Central tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).


Para 2018, a meta central é de 4,5%, mas a norma permite variação entre 3% e 6%. O mais recente relatório Focus mostra que o mercado projeta uma inflação de 3,94% ao final do ano, portanto, abaixo do centro da meta.

Quando reajusta a Selic para cima, o BC pretende conter o excesso de demanda que pressiona os preços. Os juros mais altos encarecem o crédito e freiam o consumo. Mas esse processo precisa ser cauteloso para não prejudicar a economia, por exemplo, desestimulando investimentos e gerando desemprego.

Se as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas pelo CMN, como ocorre no cenário atual, é possível reduzir os juros. Isso permite maior endividamento das famílias e empresas e estimula a produção e o consumo. Essa decisão também precisa ser ajustada de forma a evitar o descontrole dos preços.

A Selic também serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Apesar da queda contínua da taxa, os bancos continuam a cobrar juros muito elevados dos clientes.

Em 2017, a taxa média de todas as operações (com recursos livres, isto é, sem destinação obrigatória determinada por lei) somou 40,3% ao ano. O cheque especial, por exemplo, fechou o ano passado com juros de 323% ao ano.

Poupança

As alterações na taxa Selic influenciam diretamente no rendimento da poupança. Com a decisão desta quarta do Copom, os ganhos das cadernetas também cairão a partir desta quinta (8).

Isso porque a regra atual, em vigor desde maio de 2012, prevê corte nos rendimentos da poupança sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial (TR), fixada pelo BC.

Com a taxa em 6,75%, a correção anual da poupança será de 4,725% ao ano, mais TR.



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