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Professor indígena de Rondônia concorre a premiação nacional pela segunda vez


Assessoria

Publicada em: 19/09/2018 15:34:11 - Atualizado


Pela segunda vez a educação indígena representa Rondônia e toda a região norte do país no prêmio “Respostas para o Amanhã”. Iniciativa da Samsung, com coordenação geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), o prêmio chega à 5ª edição, incentivando a realização de projetos que acessem conhecimentos científicos, formulem e proponham soluções simples para melhorar o lugar onde os alunos vivem, contribuindo assim para uma sociedade mais sustentável.

É neste sentido que Alexandre Suruí, professor da Escola Estadual Sertanista José do Carmo Santana, da aldeia Gapgir na linha 14, em Cacoal, desenvolveu o projeto “Paiter e Sap e Kamame Ewesame: Medida da Construção de Casa Tradicional Paiter”, junto aos alunos do 2º Ano do Ensino Médio. Foi usando as medidas para a construção de uma maloca, que o professor trabalhou a disciplina de matemática.

“Todo ano a gente desenvolve o nosso trabalho relacionando à nossa vivência. Durante o ano nós construímos uma maloca, junto com os alunos, trabalhando todas as medições e colocando a matemática em prática, no nosso dia-a-dia”, destacou o professor.

A maloca, com quatro metros de extensão, seis metros de largura e quatro metros de altura, foi construída dentro da aldeia Gapgir e serve como exemplo aos alunos. “A maloca serve agora não só para a matemática, mas para os alunos e visitantes terem o conhecimento de como é uma casa tradicional dos Paiter Suruí, algo que já não é mais tão rotineiro”, ressaltou o professor.

Em 2017, Alexandre Surui conquistou o prêmio nacional “Respostas para o Amanhã” desenvolvendo um outro importante trabalho junto aos seus alunos. O trabalho “Plantas Medicinais do Povo Paiter: Resgatando os Conhecimentos Tradicionais” foi realizado com o intuito de resgatar e revitalizar os conhecimentos tradicionais que o povo Paiter Suruí possui em relação às plantas medicinais.

O primeiro passo foi fazer um levantamento junto aos indígenas mais velhos e sabedores a respeito das plantas medicinais usadas pelos Suruís. “Naquela oportunidade, percebemos que são pouquíssimas plantas que ainda utilizamos no tratamento das doenças. Nós, indígenas, temos utilizado mais o medicamento da farmácia e o trabalho fez esse resgate, dos etnoconhecimentos do nosso povo”, explicou Alexandre Surui.

Neste ano, o projeto desenvolvido por Alexandre Suruí está entre os cinco vencedores da Região Norte e concorre ao grande prêmio na etapa nacional. A votação popular, dentro do prêmio “Respostas para o Amanhã”  de 2018, já teve início. Os 25 projetos finalistas, cinco de cada região, estão disponíveis para a votação no site da premiação (www.respostasparaoamanha.com.br) . Através da votação, os cinco vídeos mais votados serão considerados vencedores pelo júri popular. 

Por sua vez, a Banca Julgadora selecionará, dentre os 25 vencedores regionais, os três grandes vencedores nacionais. Alexandre e seus alunos estão confiantes e satisfeitos. “Independente se a gente ganhar ou não o prêmio nacional, estamos com orgulho de ter feito um trabalho que contribui com a nossa comunidade”, conclui.


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