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porto velho, sexta-feira 29 de março de 2024
PORTO VELHO RO – Abandonado! Assim pode ser definida a situação do Cemitério dos Inocentes em Porto Velho. O local, utilizado por famílias tradicionais do município e da região que enterram seus entes queridos nos jazigos que ficam proximidades da avenida Almirante Barroso, à frente do não menos antigo bairro do Mocambo, está tomado pelo matagal.
O Cemitério dos Inocentes, que segundo historiadores, teve esse nome dado ao local porque que recebeu dois gêmeos recém nascidos como primeiros a serem enterrados, tem agora seus túmulos escondidos pelo mato e sujeira. Caminhar por algumas partes é quase impossível, e sem muita segurança, o que o torna passível para o abrigo de marginais e usuários de drogas.
As imagens feitas na manhã desta sexta-feira (11) pelo Rondonoticias mostram à total falta de respeito do Poder Público com aqueles cidadãos que já se foram, mas tanto contribuíram com o erário; ou de no mínimo, proporcionar um ambiente adequado para amigos e familiares que visitam o local.
Memórias
Inaugurado em 1915, registros mais antigos nos túmulos mostram figuras ilustres como João Carvalho de Freitas e Luiz Monteiro Maia Filho, ao que parece, membros de famílias do primeiro ciclo da borracha, ou comerciantes locais.
O local também guarda a memória de pessoas e famílias ilustres como o poeta maranhense Vespaziano Ramos (nome de rua no centro da cidade). É um dos mais visitados.
Outro poeta famoso está ali enterrado: Oderlo Serpa, o Beleza, assessor do Governo no Território Federal do Guaporé. Enfim, o Cemitério dos Inocentes é assim, um dos mitos históricos da capital, onde se confunde vida e morte, dor e amor, saudade e esquecimento, a história de cada um, de famílias e de pioneirismo. Mas, ao que se parece pelo cenário atual, essas histórias ali resguardas em suas lápides, não têm muito importância para quem deveria preservá-las. Infelizmente!