Fundado em 11/10/2001
porto velho, quinta-feira 28 de março de 2024
BRASIL: Peça importante no quebra-cabeça que traça o perfil violento e cruel do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, de 43 anos, a ex-namorada e amante dele, Débora Mello Saraiva, de 34, prestará um novo depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca), na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, 16.
Marcado para às 15h, a expectativa é que dessa vez a assistente social, de 34 anos, que se relacionou com o parlamentar por seis anos e falou com ele no dia do crime, acrescente fatos relevantes sobre a personalidade e o modo de agir do padrasto de Henry Borel – que juntamente com a mãe, a professora Monique Medeiros, de 33, é acusado da morte do menino, de 4.
Como VEJA revelou com exclusividade em 2 de abril, Débora é uma das mulheres com quem Dr. Jairinho conviveu que, além de ser vítima de suas agressões, também tinha tido um filho torturado pelo vereador em situações semelhantes ao que vinha acontecendo com o pequeno Henry.
Embora no dia 22 de março, dia em que prestou depoimento pela primeira vez à policia, Débora tenha negado que era agredida pelo vereador e que seu filho sofrera nas mãos de Dr. Jairinho, já se sabe que ela omitiu episódios importantes e tem muito a revelar aos investigadores sobre o comportamento dele.
Uma amiga próxima da assistentes social contou a revista há duas semanas que o filho dela, que na época tinha por volta de 3 anos (hoje está com 8), passou por verdadeiras “sessões de tortura” praticadas pelo vereador e médico – embora nunca tenha exercido a profissão. Em uma delas, como foi revelado por VEJA, o menino foi levado para um passeio sozinho pelo namorado da mãe e apareceu, em seguida, com o fêmur fraturado. A justificativa do parlamentar para a família da moça era que o garoto havia prendido a perna no cinto de segurança e caído ao descer do carro.
Em outra ocasião, ainda descreveu a amiga que frequentava à casa da família de Débora, o menino, novamente ao sair para um passeio com o vereador, voltou com o rosto desfigurado e os olhos roxos. A explicação é que teria caído de cabeça. “Nas duas vezes, tanto da perna quanto essa, Jairinho o levou a uma clínica de conhecidos dele.
Minha amiga estava deslumbrada e tinha medo por ele ser poderoso”, contou a mulher a VEJA. Ela ainda afirmou que em mais um episódio, a assistente social teria sido dopada pelo então namorado e, quando despertou, flagrou o menino chorando enquanto Dr. Jairinho dava banho nele. Como acontecia com o pequeno Henry, essa amiga garantiu ter presenciado diversas vezes o filho da assistente social “chorando e tremendo” só de ouvir as palavras “tio Jairinho”.