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    porto velho, quarta-feira 24 de abril de 2024

Por ordem do assassino vítima caminha até Rio para morrer

Assassino disse ter dó de matar paca, mas não o desafeto


Folha do Sul Online

Publicada em: 22/01/2019 16:37:53 - Atualizado


O delegado titular da Delegacia de Homicídios de Vilhena, Núbio Lopes de Oliveira (FOTO), deu detalhes sobre a conclusão da investigação de um homicídio que aconteceu no Natal, na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, que fica a cerca de 70 quilômetros de Vilhena.

Na noite do dia 25 de dezembro, Jumar de Paulo Vieira foi morto por dois disparos de arma de fogo, e seu corpo foi encontrado dentro de um rio. O autor do crime já havia confessado ter matado a vítima. 

    As investigações apontaram que a notícia do desaparecimento de Jumar chegou até a polícia no dia 02 de janeiro, sendo que ele havia sido visto pela última vez no dia 25 do mês anterior. Porém, ao ir à área rural fazer buscas e procurar informações, a polícia notou que os moradores estavam arredios.

    Suspeitavam que Jumar havia sido morto por um homem conhecido como “Carlinhos”, que tem histórico de violência. Porém, até então, as informações eram imprecisas, mesmo após a polícia conversar com o então suspeito, que dava versões conflitantes.

    Era sabido que no último dia em que foi visto, Jumar estava na companhia do suspeito e de uma testemunha, retornando à fazenda, após passarem o dia de Natal em um bar. 

    Foi descoberto que a testemunha, anteriormente vista com a vítima e com o suspeito, trabalhava com o trator da fazenda e estava em Vilhena. Sendo assim, a Polícia Civil o procurou para interrogações.

    Amedrontado, ele contou que o proprietário da fazenda autorizou Carlos André Vieira Zimermann, de 32 anos, o Carlinhos, a contratar pessoas para trabalhar em suas terras. Sendo assim, Jumar foi contratado.

    A testemunha relatou que os três estavam reunidos quando Carlinhos pegou uma espingarda e disse que só havia contratado a vítima porque tinha o objetivo de matá-lo. Carlos ainda ordenou a Jumar que caminhasse até a beira do rio, porque não iria carregar seu corpo. Diante disso, o tratorista fugiu do local, como medo de também ser morto.

    Após alguns instantes, ele ouviu dois disparos. Como não tinha para onde ir, ele retornou à fazenda e questionou se Carlos também o mataria. Diante da negativa, continuou por mais uma semana no local, até ter a oportunidade de vir para Vilhena por causa de um problema no trator.

    Até o contato com a testemunha, que aconteceu no dia 05, a Polícia Civil tinha apenas as informações, mas após saber que o corpo estava no rio,  pediu que o Corpo de Bombeiros fizesse, no dia 07, buscas pelo local.

    Após localizar o corpo, já em avançado estado de decomposição, a perícia constatou que realmente ele havia sido alvejado por dois disparos de arma de fogo. Familiares também fizeram o reconhecimento.

    Sendo assim, Carlos confessou o crime, mas novamente apresentou uma versão que não condizia com as provas. Ele também indicou o local onde estava a arma usada para o assassinato, que foi encaminhada para perícia. 

    O mandado de prisão foi expedido no mesmo dia. O assassino confesso deve responder por homicídio duplamente qualificado, pelo meio cruel e pela dissimulação, além da ocultação de cadáver. Ficou evidente que o criminoso criou uma situação para matar seu desafeto, o que deixa claro uma dissimulação.

    Carlos ainda havia dito para a testemunha que tinha dó de matar uma paca, mas não de acabar com a vida de um homem. A motivação do crime não foi citada. 


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