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"Lava jato" agora mira Belo Monte, com busca em endereço de Delfim Netto


Conjur

Publicada em: 09/03/2018 09:56:21 - Atualizado

O economista Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento durante o regime militar, é alvo de busca e apreensão em nova fase da operação “lava jato”, que desta vez foca suposto pagamento de propinas nas articulações para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA).

Esse e outros oito mandados foram assinados pelo juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, todos eles fora da sede do empreendimento: a Polícia Federal cumpre as ordens na capital do Paraná, em São Paulo, em Guarujá e em Jundiaí.

O Ministério Público Federal afirma que empresas integrantes do Consórcio Construtor de Belo Monte só conseguiram assumir as obras da hidrelétrica, em agosto de 2010, depois de fechar contratos de consultoria com pessoas jurídicas relacionadas a Delfim Netto, sem serviços reais. O ex-ministro é suspeito de receber 10% do dinheiro repassado ao PT e ao então PMDB.

A Andrade Gutierrez, que liderou a construção, havia perdido o leilão para operar a usina, em abril de 2010. O MPF baseia-se em acordos de leniências firmados com a Andrade Gutierrez e também com a Camargo Corrêa, assim como acordos de colaboração premiada celebrados com parte de seus executivos — homologados pelo Supremo Tribunal Federal, por envolver pessoas com prerrogativa de foro. Em Curitiba, ficou a parte das investigações sem autoridades.

Depoimentos de executivos da Odebrecht e quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático corroboraram os depoimentos dos delatores, de acordo com o MPF. O órgão afirma ter rastreado pelo menos R$ 4 milhões de um total de propinas estimado em R$ 15 milhões, pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J. Malucelli.

O ex-ministro nega as acusações. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em 2016, quando foi citado por delatores, ele declarou que apenas ajudou a montar um grupo capaz de disputar a licitação, prestando serviço de assessoria. Com informações das Assessorias de Imprensa do MPF-PR e da PF.




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