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Covid-19: Rússia denuncia tentativa dos EUA de "quebrar" a OMS

A Rússia declarou ser contra o "enfraquecimento da OMS e da sua transformação numa plataforma para ajustes de contas políticos"


Notícias ao Minuto

Publicada em: 19/05/2020 11:41:29 - Atualizado


A Rússia denunciou hoje as tentativas norte-americanas de "quebrar" a Organização Mundial da Saúde (OMS), que Washington acusa de complacência face à China na gestão da epidemia do coronavírus e a quem ameaça cortar os fundos.

 "Somos contra uma quebra [da OMS], que iria no sentido dos interesses políticos ou geopolíticos de um único Estado, quer dizer os Estados Unidos", declarou o vice-ministros dos Negócios Estrangeiros russos, Serguei Riabkov, citado pelas agências noticiosas russas.

"Sim, há possibilidades de melhorar, existem apelos à sua reforma, vamos abordar estes apelos de forma responsável e construtiva e estamos prontos, como anteriormente, a participar energicamente nos trabalhos pertinentes nesse sentido", acrescentou Ribakov.

O mesmo responsável indicou que Moscou se opõe a uma "politização de tudo que esteja relacionado com a epidemia do coronavírus" e ao "enfraquecimento da OMS e da sua transformação numa plataforma para ajustes de contas políticos".

O Presidente norte-americano ameaçou terminar em definitivo a contribuição dos EUA para OMS, no prazo de 30 dias, e admitiu até a possível saída da organização, da qual tem sido tradicionalmente o principal contribuinte.

"Se a OMS não se comprometer com melhorias significativas nos próximos 30 dias, tornarei a suspensão temporária de fundos à OMS permanente e reconsiderarei a nossa participação na agência", ameaçou Donald Trump numa carta que enviou ao diretor-geral da OMS, hoje compartilhada na sua conta na rede social Twitter.

Trump considerou que a OMS tem "uma alarmante falta de independência" em relação à China, ao comportar-se como uma "marionete" de Pequim.

"A única forma de avançar, para a OMS, é se realmente for capaz de demonstrar independência em relação à China", disse o Presidente norte-americano na carta.

Pequim replicou e acusou Trump de procurar "fugir às suas obrigações" face à organização, quando os EUA já registram mais de 90.000 mortos provocados pelo novo coronavírus.

Em paralelo, e apesar das tensões, os 194 países que integram a OMS chegaram hoje a acordo para uma "avaliação imparcial, independente e completa" da resposta da OMS à pandemia, como se tinha comprometido na segunda-feira o seu diretor-geral, Tedros Ghebreyesus.

Aos Estados-membros, pede-se que forneçam à OMS "informação de saúde pública deve ser rápida, precisa e suficientemente detalhada no que diz respeito à pandemia da covid-19, como se exige nos Regulamentos Internacionais de Saúde".

É também pedido aos países "financiamento sustentável à OMS para garantir que consegue responder às necessidades globais de saúde pública".

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infectou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (90.369) e mais casos de infecção confirmados (mais de 1,5 milhões).

A Rússia, com menos mortos do que todos estes países (2.722), é, no entanto, o segundo país do mundo com mais infecções (quase 300 mil).

Por regiões, a Europa soma mais de 167 mil mortos (mais de 1,9 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 96.300 mortos (mais de 1,5 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 30.600 mortos (quase 550 mil casos), Ásia mais de 12.600 mortos (cerca de 375 mil casos), Médio Oriente perto de 8.300 mortos (mais de 2908 mil casos), África mais 2.800 mortos (mais de 88.200 casos) e Oceânia com 128 mortos (mais de 8.400 casos).


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