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Família argentina vive a quarentena a bordo de um veleiro no Rio de Janeiro

As quarentenas espalharam-se pela América Latina em março, quando Coll estava perto da costa do Rio com seu marido e filho.


Publicada em: 30/05/2020 17:57:15 - Atualizado

Constanza Coll e a família no veleiro onde moram, no Rio de Janeiro


Constanza Coll tinha planejado abandonar sua vida a bordo de um veleiro navegando pelo litoral do Rio de Janeiro em tempo integral para dar à luz ao seu segundo filho em um hospital público em sua terra natal, a Argentina.

A mulher, de 34 anos, também havia considerado dar à luz em um hospital brasileiro e evitar a viagem de volta para casa.

O novo coronavírus acabou tomando a decisão por ela.

As quarentenas espalharam-se pela América Latina em março, quando Coll estava perto da costa do Rio com seu marido e filho. Não havia como voltar para a Argentina depois que o país fechou suas fronteiras. Coll deve dar à luz ainda neste mês.

"Nesse contexto, decidimos fazer em um hospital particular que até o momento não tem nenhum caso", disse Coll à Reuters de seu barco, referindo-se à Covid-19. "Decidimos fazer esse investimento, abrir o cofrinho."

Seu estilo de vida é popular no Instagram, onde a conta de sua família, chamada @el_barco_amarillo tem mais de 60 mil seguidores. Durante o tempo normal, eles navegavam sem parar e ganhavam dinheiro com o aluguel de camas no barco para seus seguidores nas redes sociais.

Coll espera que as restrições de viagem sejam afrouxadas até outubro, para que possam começar a ter renda novamente. Mas, por enquanto, eles sentem-se mais seguros no barco do que na tentativa de alugar um apartamento.

"O vírus está no interior. Não está no oceano", disse Juan Manuel Dordal, de 35 anos, marido de Coll. "De certa forma, sentimos que precisamos cuidar de nós mesmos quando deixamos o barco, não quando estamos nele".

O Rio de Janeiro é uma região de alerta quanto ao coronavírus. As autoridades sinalizaram que os hospitais podem entrar em colapso e ponderam a imposição de bloqueios mais severos do que as diretrizes recomendadas da quarentena atualmente em vigor.


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