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    porto velho, terça-feira 23 de abril de 2024

Argentina vive declínio econômico com isolamento social

Isolamento social no país evitou mortes, mas longa duração tem gerado protestos entre argentinos...


Assessoria

Publicada em: 24/08/2020 13:58:56 - Atualizado

Alguns argentinos a chamam de "quareterna", fazendo piada, porque o isolamento social preventivo e obrigatório decretado há cinco meses pelo governo de Alberto Fernández tornou-se a quarentena ininterrupta mais longa do mundo.

O longo confinamento criado para evitar uma maior propagação do coronavírus tem efeitos colaterais econômicos, sociais e psicológicos.

Afeta principalmente o coração demográfico, financeiro e industrial do país: a região metropolitana de Buenos Aires, onde vive 40% da população argentina e onde se concentra a pandemia do coronavírus.

Enquanto alguns países se preparam para uma segunda onda de Covid-19, a Argentina ainda não saiu da primeira. Atividades como encontrar amigos, ir a bares ou ir à praia estão proibidas desde 20 de março.

Os habitantes da chamada Grande Buenos Aires só têm autorização oficial para sair para emergências médicas, para fazer compras ou prestar serviços locais. Passeios recreativos para adultos são proibidos.

O transporte público é reservado exclusivamente ao pessoal que desempenha tarefas essenciais ou que possui autorização especial. E quem sai de carro sem necessidade corre o risco de perder a carteira de motorista.

Os esportes individuais só agora foram permitidos. Desde junho, só é permitido sair para correr, mas exclusivamente para os moradores da capital e em horário restrito.

Embora seja difícil determinar quanto do dano econômico foi causado pela pandemia e quanto pela quarentena — e quão pior ele seria se mais gente tivesse morrido — a verdade é que a Argentina vive um declínio econômico maior do que o da crise de 2001-2002, até agora o pior desastre econômico de sua história recente.

O país já estava em recessão há dois anos, e tinha uma dívida impagável, quando Fernández decretou a quarentena.

Embora a decisão de proibir as demissões, decretada em abril último, tenha permitido que grande parte dos assalariados continuem recebendo seu salário — assistidos pelo Estado — a pressão sobre as empresas tem sido devastadora.

De acordo com a Câmara de Comércio e Serviços Argentina, mais de 42 mil pequenas e médias empresas fecharam desde março, o dobro das que desapareceram durante a crise de 2001-2002.


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