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Marcha em Paris faz homenagem a professor decapitado por extremista

Manifestações se espalham também em outras cidades do país; Samuel Paty foi morto após mostrar uma caricatura de Maomé em aula sobre liberdade de expressão.


G1

Publicada em: 18/10/2020 13:38:51 - Atualizado


MUNDO: Milhares de pessoas se reuniram neste domingo (18), em Paris, para prestar homenagem a Samuel Paty, o professor de história que foi decapitado em um ataque extremista. Manifestações simultâneas acontecem também em outras cidades francesas.

Na capital do país, a concentração aconteceu na Praça da República, e muitos dos manifestantes levaram cartazes com frases como "Não ao totalitarismo do pensamento" e "Sou professor". Paty foi assassinado depois de mostrar uma caricatura de Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão.

A polícia francesa informou que pelo menos 11 suspeitos de contribuir com o atentado de sexta-feira (16) já foram detidos, entre eles, familiares do homem suspeito de ter cometido o crime, que foi morto durante uma ação policial após se recusar a soltar uma faca levava nas mãos.

A manifestação em Paris foi autorizada pela prefeitura, apesar das medidas mais restritivas que a capital francesa passou a adotar no sábado para frear o avanço da pandemia do novo coronavírus, como a implantação de um toque de recolher depois das 21 horas.

Jornalistas do "Charlie Hebdo", que teve sua redação atacada em 2015 durante os atentados de Paris, estão entre os organizadores da homenagem deste sábado. Diversos líderes políticos confirmaram presença na marcha, inclusive membros do partido do presidente Emmanuel Macron.

Em Lille, a 200 km da capital francesa, centenas se reuniram no centro da cidade com cartazes e faixas nas cores da França. No sábado (17), uma manifestação espontânea aconteceu em frente à escola onde o professor dava aulas, em Conflans-Sainte-Honorine, a 50 quilômetros de Paris.

'Terrorista'

O presidente da França, Emmanuel Macron, visitou a escola de Paty e classificou o ataque como um atentado terrorista islâmico.

"Um de nossos compatriotas foi assassinado porque ele ensinava seus alunos sobre liberdade de expressão, liberdade de crer ou de não crer", disse Macron.

"Não é por acaso que foi um professor que esse terrorista matou", disse o presidente francês. "Porque ele queria matar a república nos seus valores, as luzes, a possibilidade de fazer nossas crianças cidadãs livres."

A Procuradoria Nacional Antiterrorista da França abriu uma investigação por "assassinato em conexão com uma empreitada terrorista" e "associação criminosa terrorista".


Segundo a polícia francesa, o homem que cometeu o crime era um russo de origem chechena de 18 anos. Os agentes afirmam que tentaram prendê-lo após o ataque, mas ele estava agressivo e, por isso, foi necessário abrir fogo e matá-lo.

O agressor era refugiado e vivia na cidade de Evreux, a noroeste de Paris. Ele não era conhecido pelos serviços de inteligência, disse o promotor Jean-François Ricard.



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