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    porto velho, terça-feira 23 de abril de 2024

Itália prende médico suspeito de matar pacientes com Covid para liberar leitos

O caso se tornou público na última segunda (25), depois que Carlo Angelo Mosca, 47, recebeu ordem de prisão preventiva domiciliar...


folhapress

Publicada em: 30/01/2021 12:09:38 - Atualizado

MUNDO: A Itália vivia o auge da primeira onda da pandemia do coronavírus quando, em março, enfermeiros do hospital de Montichiari, na província de Bréscia, no norte do país, notaram que o médico responsável pelo pronto-socorro adotava uma prática totalmente fora dos protocolos: a aplicação de doses mortais de remédios inapropriados em pacientes internados com sintomas graves da Covid-19.

O caso se tornou público na última segunda (25), depois que Carlo Angelo Mosca, 47, recebeu ordem de prisão preventiva domiciliar, suspeito de ter matado intencionalmente pacientes com o anestésico propofol e succinilcolina, um bloqueador neuromuscular. Essas substâncias potentes são indicadas para situações de intubação pela traqueia, procedimento a que as vítimas não foram submetidas.

Na sexta (29), Mosca foi interrogado por duas horas e meia no Tribunal de Bréscia. Ele negou as acusações e, segundo seus advogados, deu esclarecimentos. Pouco antes das 10h, o médico chegou andando sozinho e foi cercado por jornalistas e câmeras, a quem se limitou a dizer, em voz baixa: "Sou inocente".

No entanto, a juíza Angela Corvi, que aceitou o pedido do Ministério Público para a prisão domiciliar, justificou sua decisão dizendo reconhecer "graves indícios" de que Mosca cometeu homicídio doloso qualificado em ao menos dois pacientes.

A investigação, que começou em maio, levantou evidências de que as mortes de Natale Bassi, 61, e Angelo Paletti, 79, foram causadas pelas doses fatais aplicadas pelo médico entre 20 e 22 de março.

Naqueles dias, o norte da Itália vivia o auge da primeira onda da pandemia, com números crescentes de novos contaminados e recordes de mortes diárias -em 22 de março, foram registrados 651 óbitos causados pela Covid-19. A província de Bréscia era, então, a segunda mais atingida em todo o país, atrás somente da de Bérgamo, ambas na Lombardia.

Foi a época mais aguda da emergência sanitária na Itália, o primeiro país do Ocidente a identificar casos de contaminação interna e a decretar um rígido lockdown nacional obrigatório, como medida para diminuir a circulação do vírus. Ainda hoje, a Itália está entre os mais atingidos e soma 87 mil mortos, sexto lugar em números absolutos.

Além da falta de conhecimento sobre como se comportavam o vírus e a doença, a primeira onda foi marcada pela escassez de leitos, equipamentos, máscaras cirúrgicas e testes.

Segundo o próprio Mosca declarou em junho, em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o hospital de Montichiari, cidade com pouco mais de 25 mil habitantes, chegou a ter 570 pacientes de Covid-19 internados na fase 1, o que exigiu a ocupação de um refeitório com 30 leitos.

No mesmo período, enfermeiros e operadores sanitários começaram a notar que o médico estava adotando um comportamento impróprio. Diante de casos graves que entravam no pronto-socorro, Mosca pedia que alguém buscasse um ou os dois medicamentos e os aplicava quando estava sozinho. No caso do paciente Bassi, ele pediu que a equipe saísse da sala de emergência.

"Poucos minutos depois, a funcionária voltou, percebendo a morte de Bassi, naquele momento desacompanhado de membros da equipe. O óbito foi declarado pela doutora [nome omitido], que indicou no prontuário 'repentina parada cardio-circulatória'", diz o documento assinado pela juíza, com base na investigação.

Além da falta de conhecimento sobre como se comportavam o vírus e a doença, a primeira onda foi marcada pela escassez de leitos, equipamentos, máscaras cirúrgicas e testes.

Segundo o próprio Mosca declarou em junho, em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o hospital de Montichiari, cidade com pouco mais de 25 mil habitantes, chegou a ter 570 pacientes de Covid-19 internados na fase 1, o que exigiu a ocupação de um refeitório com 30 leitos.

No mesmo período, enfermeiros e operadores sanitários começaram a notar que o médico estava adotando um comportamento impróprio. Diante de casos graves que entravam no pronto-socorro, Mosca pedia que alguém buscasse um ou os dois medicamentos e os aplicava quando estava sozinho. No caso do paciente Bassi, ele pediu que a equipe saísse da sala de emergência.

"Poucos minutos depois, a funcionária voltou, percebendo a morte de Bassi, naquele momento desacompanhado de membros da equipe. O óbito foi declarado pela doutora [nome omitido], que indicou no prontuário 'repentina parada cardio-circulatória'", diz o documento assinado pela juíza, com base na investigação.

Além da falta de conhecimento sobre como se comportavam o vírus e a doença, a primeira onda foi marcada pela escassez de leitos, equipamentos, máscaras cirúrgicas e testes.

Segundo o próprio Mosca declarou em junho, em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o hospital de Montichiari, cidade com pouco mais de 25 mil habitantes, chegou a ter 570 pacientes de Covid-19 internados na fase 1, o que exigiu a ocupação de um refeitório com 30 leitos.

No mesmo período, enfermeiros e operadores sanitários começaram a notar que o médico estava adotando um comportamento impróprio. Diante de casos graves que entravam no pronto-socorro, Mosca pedia que alguém buscasse um ou os dois medicamentos e os aplicava quando estava sozinho. No caso do paciente Bassi, ele pediu que a equipe saísse da sala de emergência.

"Poucos minutos depois, a funcionária voltou, percebendo a morte de Bassi, naquele momento desacompanhado de membros da equipe. O óbito foi declarado pela doutora [nome omitido], que indicou no prontuário 'repentina parada cardio-circulatória'", diz o documento assinado pela juíza, com base na investigação.


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