PORTO VELHO RO - Seis Madeireiras fechadas, e mais de 4 mil toras e mais de 2 mil pedaços madeira serrada apreendidas. Este foi o resultado da Operação SOS Karipuna, apresentado pela Polícia Federal de Rondônia (PF/RO) no final da tarde dessa sexta-feira (12). Todo o material, segundo a PF, foi doado a órgãos municipais, estaduais e federais do estado.

A ação foi deflagrada pela PF no último dia 17 de junho com objetivo de desarticular organizações criminosas instaladas na região da Terra Indígena Karipuna (TI), com ponto central de atuação no distrito de União Bandeirantes, município de Porto Velho e envolveu mais de 500 agentes entre militares, policiais e servidores públicos em trabalhos, frutos de ações conjuntas com o Ministério Público Federal do Estado de Rondônia, através da Força Tarefa Amazônia, do Exército Brasileiro através da Operação Ajuricaba V, Ibama, Funai, Polícia Militar Ambiental de Rondônia, Força Nacional de Segurança Pública, Censipam e Receita Federal.

Segundo balanço apresentado ontem pela PF, até a última segunda-feira (8), militares do Exército estavam no local das apreensões, na Terra Indígena, para garantir que as toras e madeiras serradas não fossem furtadas ou danificadas. A doação, ressalta a PF, foi conseguida em tempo recorde.

De acordo com a PF, a madeira apreendida tem um valor estimado em R$ 3,2 milhões, porém não foi possível estimar o preço de algumas espécies mais raras, que não existem para comércio, como por exemplo, a Cerejeira.

Órgãos que recebem doação de madeira:

Karipuna

Conforme a PF, na Operação SOS Karipuna foram cumpridos 04 mandados de prisão temporária, 05 de prisão preventiva, 15 mandados de busca e apreensão, além de outras 22 medidas constritivas como quebras de sigilo bancário, suspensão das atividades e lacração de estabelecimentos, e sequestro de bens dos investigados até o valor de R$ 46.096.433,30 (quarenta e seis milhões, noventa e seis mil, quatrocentos e trinta e três reais e trinta centavos). 

Um Mapa na empresa de geo referenciamento com os dados da TI Karipuna demonstrando o plano de loteamento do local também foi apreendido, o que facilitou o trabalho da Polícia. 
Também conforme a PF, investigações comprovaram que um grupo criminoso vinha usando uma associação e uma empresa de georeferenciamento para "iludir supostos compradores de lotes no interior da Karipuna", onde faziam promessas de regularização dos terrenos.

Uma segunda operação na aldeia, investiga esquema ilegal de obtenção de créditos virtuais para a comercialização de madeira extraída, por meio do Sistema de Emissão de Documento de Origem Florestal (Sisdof). Estão sendo cumpridos seis mandados de prisão preventiva e 21 mandados de busca e apreensão.

A PF diz que na região foi descoberto uma sub-exploração dos Planos de Manejo, em especial aqueles homologados nas divisas de Terras Indígenas e de Unidades de Conservação.

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