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Operação do MP contra Edgar do Boi foi iniciada a partir de delação da JBS


roagora

Publicada em: 03/12/2019 18:44:10 - Atualizado


PORTO VELHO, RO - Os mandados de busca e apreensão cumpridos na manhã desta terça-feira (3), em Porto Velho e Ariquemes durante a deflagração da Operação “Boi Gordo”, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP, tem como objetivo investigar as informações repassadas em uma delação premiada ao MPF referente a supressão de tributos envolvendo o grupo JBS. Entre os alvos está o vice-prefeito, Edgar do Boi.

Em coletiva durante a manhã, o promotor João Francisco Afonso explicou que chegaram ao MP informações da força tarefa do MPF, referente a delação premiada de dirigentes da JBS - pedindo que o órgão apurasse essas responsabilidades. “Foi encaminhado para Rondônia, aquilo que surgiu no bolo de uma delação premiada de pessoas ligadas ao grupo JBS, envolvendo um contador e o vice-prefeito. O trabalho, é para estabelecer responsabilidades e verificar se a adequação daquilo que está sendo pago é realmente o devido”, disse João Francisco Afonso.

Todo o trabalho realizado hoje, segundo o diretor, foi para saber se existe a participação de mais envolvidos no esquema fraudulento, quem são essas pessoas e se eles continuam atuando. Sobre os valores sonegados atualizados encaminhados pelo fisco, o diretor não pode informar, já que corre em segredo de justiça.

Durante a manhã, policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do vice-prefeito, na casa de um ex-delegado regional de Fazenda de Ariquemes e na empresa Rio Madeira Contabilidade, que pertence ao contador Clodoaldo Andrade. Aparelhos celulares, computadores, notebooks e diversos documentos foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados.

Após as delações virem a público, em 2017, foi mencionado que, o pagamento era feito para o contador do grupo, Clodoaldo, e também para o vice-prefeito, Edgar Nilo Tonial, e que eram eles que estavam gerenciando esse esquema fraudulento com o pessoal do fisco na época.

Na semana passada, segundo o diretor, chegaram os últimos documentos dessa força tarefa realizada pela Polícia, possibilitando que os investigadores pudessem pedir as últimas medidas cautelares, que foram deferidas na data de ontem e hoje foram cumpridas.

Durante as investigações, foi pedido o mandado de prisão de um dos investigados, mas não foi deferido pela justiça, segundo João Francisco Afonso, que não quis mencionar quem seria o alvo. Ele explicou ainda, que as investigações correm e segredo de justiça e mais detalhes sobre o que está sendo apurado, não pode ser divulgado.

Antes de iniciar as investigações do Ministério Público Estadual, havia sido apurado pelo MPF, que haviam milhões de reais que passaram por Clodoaldo e o vice-prefeito Edgar Tonial e que estavam sendo destinados a setores específicos do fisco estadual para que as fiscalizações de ICMS não ocorressem. “Nós não temos a informação de que eles tenham parado ou não com esse esquema, mas existe a presunção é de que tenha parado porque a empresa entrou em acordo com o fisco estadual, foi fiscalizada e vem pagando aqueles valores que deixaram de ser recolhidos nos cofres públicos em virtude desse esquema criminoso. Mas esse pagamento é dentro do parâmetro de uma fiscalização realizada pelo fisco estadual, após vir à tona que a empresa estava fraudando o fisco através de créditos presumidos fraudulentos”, disse o diretor do Gaeco.


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