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    porto velho, quinta-feira 25 de abril de 2024

Garcia exigiu controle total do cofre do governo para compor com Maurão

Orientado pelo governador Confúcio Moura, candidato a vice quer logo da Secretaria de finanças, pois conhece o caminho das pedras


RONDONOTÍCIAS

Publicada em: 09/08/2018 10:00:23 - Atualizado

PORTO VELHO – O governador Confúcio Moura fez hoje no seu blog, um registro um tanto quanto inusitado sobre a candidatura Wagner Garcia a vice-governador. De acordo com o ex-governador, para ser candidato da vice de Maurão de Carvalho, Garcia exigiu o controle total, da Secretaria de Fazenda do Estado e nomeação cabo a rabo dos comissionados, além de outras interferências em outras áreas num possível novo governo emedebista.

Moura relatou detalhes sobre as "extravagantes" exigências apresentadas por Garcia para fazer parte da composição emedebista, que já loteia o governo, mesmo sem garantir os votos necessários para eleição.

Nem um pouco bobo, o ex-secretário quer continuar mandando e desmandando nas contas do Estado, especialmente na Secretaria de Fazenda, que é o coração da administração estadual. De acordo com Confúcio, Maurão teria aceitado todas as condições impostas pelo ex-secretário da Sefin, passivamente.

Garcia é um dos protegidos de Confúcio Moura, que o queria como candidato a governador. Como não tinha votoss suficiente para impor a candidatura na convenção, desistiu da ideia, mas articulou emplacar na chapa, como candidato a vice, de onde certamente, em caso de eleição da dupla emedebista, controlará o timão do governo.

Ao impor Wagner Garcia como “dono” da Secretaria de Fazenda em caso de eleição, Confúcio Moura esquece que não tem mais a caneta de governador. A menos que ainda possua algumas dinamites que sobraram da convenção que aprovou seu nome como candidato ao Senado, um simples canetaço coloca Garcia na verdadeira condição de vice, que não fala, geme.

A candidatura de Garcia como vice-governador coloca Maurão no centro das discussões sobre as possíveis irregularidades identificadas pelo Tribunal de Contas do Estado, que diz que o governo do Estado está praticamente falido em função de protelações de contas que começam a explodir no colo do atual governador Daniel Pereira (PSB). Maurão certamente será cobrado pelos adversários de campanha a dar explicações sobre a atual situação do estado e sobre a maquiagem que apontou Rondônia entre os melhores estados da federação, cuja máscara começa a cair com a revelação dos reais números.

Neste contexto, melhor seria Maurão ter ficado com a inexpressividade política do ex-presidente da Teleron, Nelson Marques, que foi o primeiro vice-anunciado na manhã de quarta-feira,08, pois, pelo menos, não representava a vontade de Confúcio Moura em continuar governando o estado e nem fazia exigências que por trás de uma cortinha de rosas, poderá trazer muita fumaça e fogo num eventual governo emedebista.

VEJA ABAIXO A ÍNTEGRA DO TEXTO DE CONFÚCIO

" O deputado Maurão ainda não tinha um pré-candidato a vice-governador. Consultei o Wagner Garcia, um técnico de alto nível, um pouco retraído, não dado a campanhas políticas, e ele fez algumas exigências, que eu passei para o Maurão de Carvalho, nosso pré-candidato ao governo. Maurão concordou com as propostas do Wagner. O eixo duro do governo que é a parte da Secretaria da Fazenda, a contabilidade, a parte de tecnologia do fisco, de aperfeiçoamento e avanço, não seria obrigatoriamente o Wagner, mas ficaria sob a sua coordenação ou sob a sua indicação. O Maurão concordou com tudo, achou que seria muito proveitoso, o que, com certeza, deu mais confiabilidade à sua pré-candidatura. Ficou mais consistente a chapa. O empresariado do Estado estava apreensivo quanto a indefinição de um vice, que oferecesse esperança e confiança aos investidores.

Também tirei o dia, aliás tirei dois dias desta semana, justamente para fazer as gravações, para que eu não precisasse, mais, lá na frente, no período eleitoral, ficar voltando para gravações, que consomem muito tempo. Devo voltar só mais uma vez, talvez na próxima semana, pra terminar o que ficou faltando. Preciso de tempo, de dias livres para correr o Estado. A campanha será muito curta e não dá para ficar conciliando as duas coisas. Gravações consomem uma manhã e até um dia inteiro. Por isso aproveitei esses dois dias."



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