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    porto velho, sexta-feira 19 de abril de 2024

Duas raposas da velha política por detrás da disputa do 2º turno

Disputa na capital reacende velha briga de caciques da zona da mata, ambos de olho em 2022


EXPRESSÃORO

Publicada em: 28/11/2020 11:48:52 - Atualizado


PORTO VELHO-RO: Estado de migrantes, com maior força produtiva e política centrada no interior, as eleições em Rondônia tem algumas peculiaridades. A disputa do segundo turno em Porto Velho neste domingo, por exemplo, reacende uma antiga disputa política do município que mais elegeu governador e senador: Rolim de Moura.

São os dois caciques políticos e milionários Expedito Júnior e Ivo Cassol, que também já foram aliados.

De um lado o ‘tucano’ Hildon Chaves, candidato à reeleição, cujo mote tem sido “Porto Velho já tem prefeito”, o que, aliás, não é novidade para ninguém, porque desde 1915, quando foi instalado o município que temos prefeito por aqui. Já tivemos, inclusive, uma mulher na prefeitura, na condição de vice-prefeita e que assumiu várias vezes, o que desbota o mote da candidata Cristiane Lopes, de ser “a primeira mulher prefeita” da capital rondoniense.

Por detrás das duas campanhas, que se encerrarão neste domingo, há um fator que poucos estão levando em conta, mas que representa uma velha briga política de dois caciques oriundos de Rolim de Moura, município de 39 mil eleitores da zona da mata, menos de 4% do eleitorado total do Estado.

Com o “tucano” Hildon Chaves está um dos maiores caciques políticos de Rondônia, o empresário Expedito Júnior. Ainda que sem mandato há alguns anos, o ex-professor, ex-vereador, ex-secretário de Estado, exdeputado federal, ex-senador e duas vezes candidato a governador, sempre desidratando e perdendo aeleição no segundo turno, Expedito arrebanhou milhões em contratos com o Governo do Estado e é considerado uma ‘raposa política’, tendo eleito o filho por duas vezes deputado federal.

Aliás, o próprio Expedito Júnior já confirmou várias vezes que o Hildon Chaves candidato em 2016 foi uma invenção dele, já que a deputada federal Mariana Carvalho havia declinado da disputa e o PSB estava sem um nome em Porto Velho.  

O Hildon foi lançado como uma novidade. E colou!!!


Do outro lado, com Cristiane Lopes, está o senador Ivo Cassol, ex-prefeito de Rolim de Moura, exgovernador e ex-senador que está impedido de se candidatar em 2022 por força de condenação judicial.

Uma briga que começou quando os dois “repartiram a farinha”, aparecendo com mais força na eleição rolimorense de 1992 e seguindo daí em diante, desaguando agora no returno da eleição para a prefeitura de Porto Velho, numa situação em que ambos “caciques” estão de olho na luta pelo governo do Estado em 2022.

No PSDB, a tucanada ainda não definiu quem será o candidato. Hoje há uma aliança e compromisso com o senador Marcos Rogério, que alguns dizem que não terá outra opção em 2022 se não se candidatar a Governador em função de compromisso selados na campanha de 2018. Mas no partido do muro há nomes como o do próprio Hildon, um milionário que costuma bancar a campanha com o próprio dinheiro, e o emergente Joãozinho Gonçalves, refeito reeleito de Jaru. Além da deputada federal Mariana Carvalho e, mais uma vez, tentar o nome de Expedito Júnior.

Ainda no campo da especulação política, Cassol vem trabalhando duro para eleger Cristiane porque assim estaria pavimentada uma candidatura muito ligada a ele, no caso sua irmã a deputada federal Jaqueline Cassol.


Portanto, seja Hildon ou seja Cristiane o vencedor da eleição deste domingo, sem qualquer dúvida estará sendo dada a largada para o horizonte onde está escrito: “Governo de Rondônia, 2022”, cuja disputa, com certeza, terá outros nomes também.


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