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Mulher encontra folhas de jornal em vez de papel higiênico em banheiro de hospital no Rio

Direção da unidade de saúde nega falta de insumos. Cabeleireira disse que ficou surpresa com a situação 'decadente' no hospital.


G1

Publicada em: 23/02/2018 10:11:22 - Atualizado

RIO DE JANEIRO - A cabeleireira Fabiani Monteiro, de 43 anos, teve uma ingrata surpresa ao ir ao banheiro no Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul do Rio. Ela disse que na unidade, em vez de papel higiênico ou toalhas de papel, o que havia disponível a pacientes e acompanhantes, nesta quinta-feira (22), eram folhas de jornal - algumas delas usadas.

"Enquanto meu filho era atendido, meu marido teve que usar o banheiro feminino, porque o masculino estava interditado, e ele comentou comigo a situação decadente. Pensei que fosse brincadeira dele, mas quando eu tive que usar o banheiro, levei um susto", contou a mulher.

Fabiani, que mora em Mesquista, na Baixada Fluminense, levou o filho ao hospital após ele se machucar no trabalho, em Botafogo, também na Zona Sul. Diante da situação, a cabeleireira tirou fotos do banheiro e postou nas redes sociais. Ela contou que tentou tirar uma terceira foto com a fachada do hospital, mas foi proibida por um segurança.

Em nota, a direção do Hospital Miguel Couto comunicou que a situação era improcedente. Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) garantiu que a unidade está abastecida com o insumo e a reposição de papel higiênico nos banheiros acontece regulamente por equipe da Comlurb, responsável pelo serviço de limpeza da unidade.

Procurada pelo G1, a Comlurb informou que atua há mais de 20 anos no ramo da limpeza hospitalar, seguindo todas as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A companhia informou que atualmente é responsável pelas unidades municipais de saúde Souza Aguiar, Salgado Filho, Lourenço Jorge, Maternidade Leila Diniz e Miguel Couto.

Segundo a SMS, é possível algum funcionário ou usuário do hospital, diante da ausência de papel higiênico, possa ter optado por uma "solução rápida, usando jornal, ao invés de reportar à direção e informar aos responsáveis sobre a falta do material da forma correta".

Sobre as condições de higiene e atendimento do hospital, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) preferiu não se manifestar e informou apenas que não realizou fiscalizações recentes e que não recebeu denúncias relativas à unidade.

Mesmo surpresa, Fabiani passou pela situação com bom humor, mas lamentou a condição de precariedade da saúde do município.

"Depois que saí de lá, até ri e brinquei com meu marido que, daqui a pouco, nem jornal vai ter mais. A demora [no atendimento] a gente já sabe que faz parte, mas achei ridículo um hospital daquele porte com jornal ao invés de papel higiênico dentro do banheiro. Esse é mais um exemplo de como a saúde está em crise e é uma falta de respeito também", desabafou.


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