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porto velho, sábado 19 de julho de 2025
PORTO VELHO - RO - Em total desconexão com a realidade econômica do país e com os anseios da população brasileira, o deputado federal Maurício Carvalho (União Brasil) foi o único parlamentar de Rondônia a votar a favor do aumento do número de deputados na Câmara dos Deputados, de 513 para 531 parlamentares.
A medida, que representa um verdadeiro acinte ao contribuinte, terá um impacto estimado de R$ 65 milhões por ano aos cofres públicos — valor que cobriria salários, verbas de gabinete, cota parlamentar e outros benefícios aos futuros parlamentares.
Em tempos em que o discurso sobre contenção de gastos e eficiência na máquina pública deveria ser prioridade, Maurício optou por seguir na contramão, alinhando-se a interesses corporativistas e distantes da vontade popular. O gesto revela o distanciamento do deputado das reais necessidades da população que o elegeu.
A postura do parlamentar rondoniense evidencia o perfil que tem marcado sua trajetória política em Brasília: o de um membro do chamado baixo clero, de atuação apagada, sem protagonismo ou liderança dentro da bancada federal de Rondônia. Com raras manifestações de impacto no plenário e praticamente nenhuma articulação relevante em favor do estado, Maurício parece se conformar com a condição de figura periférica no Congresso Nacional.
Enquanto a maioria da bancada de Rondônia se posicionou contra a ampliação das cadeiras na Câmara — por entender o peso que isso representa ao erário —, Carvalho foi na contramão. Aumentar o número de deputados, sem qualquer garantia de retorno social ou melhoria na representatividade efetiva, é um gesto que reforça o inchaço do Legislativo e o distanciamento de parte de seus membros da responsabilidade fiscal e ética.
A população de Rondônia, que clama por serviços públicos de qualidade, infraestrutura, saúde e educação, certamente esperava outro tipo de conduta de seus representantes. Votar pelo aumento de despesas parlamentares em um momento de desafios econômicos é não apenas um erro de julgamento político, mas uma afronta ao bom senso e à cidadania.
O gesto de Maurício Carvalho ecoa como um grito de desprezo à austeridade, à moralidade e à responsabilidade que o cargo exige. Mais uma vez, o povo paga a conta — e o silêncio de um deputado acostumado à sombra da irrelevância.