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    porto velho, terça-feira 2 de dezembro de 2025

“Sou um PM que tem a coragem de sonhar”, diz Cel. Regis Braguim, comandante da PM/RO

Ele foi o entrevistado desta terça-feira (2) no programa A Voz do Povo


Redação

Publicada em: 02/12/2025 12:55:40 - Atualizado


PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta terça-feira (2) recebeu o comandante da Polícia Militar de Rondônia, coronel Regis Braguim, que detalhou sua trajetória e os desafios atuais da segurança pública no estado.

Nascido no Paraná e residente em Rondônia desde os 3 anos de idade, o coronel Regis Braguim construiu sua carreira dentro da corporação. Ingressou na PM em 2002 como soldado, atuou no interior, tornou-se oficial em 2009 e, ao longo da carreira, comandou unidades estratégicas como a COE, o BOPE e a Casa Militar. Em 2023, assumiu o comando-geral da PM/RO, onde segue liderando as ações de segurança pública em todo o estado.

“Sou um rapaz simples, sonhador, que teve a coragem de sonhar. Sou formado em segurança pública e direito. No momento estou fazendo uma nova pós-graduação voltada para o crime organizado”, falou.

Ao comentar sobre o planejamento operacional da instituição, o coronel Regis Braguim ressaltou que os resultados atuais são fruto de preparação contínua.

“A gente tem agora um desdobramento que é decorrente do ano em exercício. São grandes operações que trazem um grande resultado para a sociedade. A Polícia Militar se preparou muito para atuar de maneira efetiva em suas ações”, disse.

Falando sobre o combate ao crime organizado, o comandante explicou que a compreensão do comportamento das organizações tem sido essencial para avançar nas operações.

“Estamos combatendo com energia para entender como é o comportamento dos criminosos. Entendemos que a LCP é uma fase do crime organizado; antes disso tem um grupo armado. Agora conseguimos avançar nessa fase posterior, quando as investigações desencadeiam grandes busca", comentou.

Ao abordar os conflitos agrários, o coronel Regis Braguim criticou o uso de famílias vulneráveis por parte de grupos invasores.

“A LCP, que fala que é terra para o camponês, usa mulheres, crianças e idosos como escudo para impedir a retirada dos invasores. Eles vão aliciando pessoas — parte delas em vulnerabilidade, outra parte não”, relatou.

Ele também enfatizou o impacto financeiro das ações criminosas, especialmente com a exploração ilegal de madeira.

“A escalada da violência se dá pelo fator financeiro. Apenas no manejo de madeira foram mais de R$ 50 milhões, sendo que eles fazem a derrubada de maneira ilegal, além de revenderem os lotes. São delitos que causam prejuízos grandes não apenas ao proprietário, mas para toda a sociedade”, constatou.

O coronel Regis Braguim comentou ainda sobre mudanças recentes na legislação que influenciam diretamente o trabalho da PM.

“Tira o poder do Estado para a Polícia Militar, centralizando a autoridade no Governo Federal. Estamos atuando para frear isso. Também tem a questão da Guarda Municipal, que, para ser empossada com o poder de polícia, ainda precisa de mais regulamentação”, disse.

Ao discutir os indicadores criminais, ele comemorou a forte redução nos casos de roubo.

“Nós temos uma queda do roubo em torno de mais de 50% nos últimos três anos. A polícia entendeu a direção que precisa seguir e agora estamos performando para melhor atender a comunidade. Conseguimos dar o ritmo do combate e trazer mais resultado”, anunciou.

O comandante ressaltou ainda o avanço no combate ao tráfico de drogas.

“Este ano batemos mais de 10 toneladas de drogas apreendidas, e a prisão de traficantes também aumentou. Nossa meta é sufocar o tráfico, travando seus lucros e abalando a fonte de renda do crime organizado”, comentou.

Falando sobre tecnologia, o coronel Regis Braguim destacou que ela é aliada, mas precisa ser utilizada com inteligência.

“Hoje a gente sabe que a tecnologia é uma faca de dois gumes. Por isso temos desenvolvido muito nosso sistema de informação, além de fortalecer a nossa base operacional. Isso vem sendo muito importante para a Polícia Militar. Se a gente puder integrar as bases de dados a nível federal, poderemos reduzir a estrutura criminosa”, argumentou.

Por fim, ao ser questionado sobre convites para disputar a eleição de 2026, o comandante-geral não descartou a possibilidade e admitiu ter colocado o tema em observação.

“Nos últimos tempos vejo muitas pessoas incentivando para a eleição de 2026. Eu tenho o sonho de fazer aquilo que eu não posso fazer como comandante da PM/RO, então tenho recebido convites e a gente abre a cabeça para isso. Sou movido a desafios a vida inteira; na medida em que as pessoas vão incentivando, a gente coloca no radar”, finalizou.

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