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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
Exageros à parte, não é nada tranquilizador saber que uma das mais importantes conquistas dos servidores públicos do município de Porto Velho está prestes a fechar suas portas, por motivos suficientemente conhecidos da opinião pública. Anuncia-se a suspensão dos serviços médicos, hospitalares e laboratoriais, prestados pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Públicos do Município de Porto Velho – IPAM. A inadimplência vem obrigando profissionais e hospitais conveniados a suspenderem o atendimento. É o que se poderia chamar de “efeito dominó”. Para muitos servidores, a opção tem sido procurar o sistema público de saúde, que, por sua vez, também vai de mal a pior.
A decadência dos serviços médicos, hospitalares e laboratoriais oferecidos pelo Ipam começou muito antes de o prefeito Hildon Chaves chegar ao palácio Tancredo Neves. Foi quando alguém teve a ideia macabra de permitir a filiação de comissionados à Assistência Médica. Não quero com isso dizer que eu sou contra comissionado ou quem quer que seja. Pelo contrário, conheço muitos comissionados, profissionais sérios, responsáveis e da mais alta competência, que foram punidos sem culpa, com a exclusão da Assistência Médica, ficando os culpados sem punição, mas a verdade é que o Ipam foi criado pelo então prefeito Chiquilito Erse para atender, exclusivamente, aos servidores efetivos, pois esse sempre foi o seu desejo.
Há informações de que comissionados teriam usadoe abusado do Ipam,realizando exames de alta complexidade e procedimentos cirúrgicos caríssimos, para si e seus dependentes, depois, foram exonerados, deixando despesas colossais, que o Instituto tenta receber na Justiça. Só um assessor parlamentar deixou mais de cento e cinquenta mil reais espetado no caixa da Assistência Médica. A situação poderia ser pior se o prefeito Hildon Chaves não tivesse excluído os comissionados da Assistência Médica. Infelizmente, ele tomou a decisão muito tarde, quando a vaca já tinha indo para o brejo.
Ninguém fala que, em 2010, no governo do petista Roberto Sobrinho, os poderes Executivo e Legislativo suspenderam, por força de Lei Complementar, pelo período de sete meses, orepasse patronalde sete por cento da contribuição da Assistência Médica. Restar saber se esse dinheiro foi repassado ao caixa do Instituto.
Essa não é a primeira vez que a Assistência Médica do Ipam ameaça soçobrar. O momento é de reflexão. Reflexão que poderá modificar o comportamento de políticos e administradores da coisa pública. Já passou da hora de essa gente se preocupar mais com aquilo que realmente interessa à população – no caso específico, o destino de um dos maiores patrimônios dos servidores municipais, o Ipam - que com seus pequenos e transitórios interesses. Sem isso, maiores probabilidades terão as ameaças de transformar-se em dura e inevitável realidade. O prefeito Hildon Chaves tem sua parcela de culpa no episódio, mas não é justo jogar apenas em seus ombros a responsabilidade pela situação de penúria pela qual passa a Assistência Médica do Ipam.