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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
Tempo para tudo: tempo para criar e tempo para beneficiar
O tempo é realmente o “senhor da razão” e sempre foi e continuará sendo o melhor contador de histórias: daquelas que deixam saudades, que fazem muita falta e nos fazem analisar, refletir e concluir que o trabalho materializa épocas, consagra ideias e não resta outra saída senão o de tentar repetir tudo outra vez.
Como tudo começou? Com a advento dos primeiros trabalhos de pesca e piscicultura, no então Território Federal de Rondônia, nos idos de 1978, através da ASTER-RO, hoje EMATER-RO, uma equipe de cinco (5) Engenheiros de Pesca se emprenharam nas trilhas das Comunidades Pesqueiras Tradicionais ribeirinhas e navegaram dias e noites nos principais rios e tributários da bacia hidrográfica do então Território Federal, com o objetivo de prestar assistência aos principais pescadores da região, nos aspectos técnicos e sociais.
Por um lado, um equipe composta por profissionais Engenheiros de Pesca, recém graduados e contratados pela então ASTER-RO, através do então Governo do Território Federal de Rondônia, egressos da UFC, do estado do Ceará, enquanto, por outro, uma equipe de assistentes sociais faziam os atendimentos as esposas e aos familiares dos pescadores ribeirinhos.
Durante muitos anos, desenvolveu-se um trabalho em dotar as principais comunidades pesqueiras ribeirinhas de Rondônia de um Sistema de Infraestrutura, sob o título de: “Unidades Produtivas Comunitárias para Processamento de Pescado, compostas por: i) Salgadeira Artesanal; ii) Mesas para Beneficiamento do Pescado; iii) Tanques-de-cura; iv) Secador Solar; v) Defumador Metálico Indireto; vi) Defumador de Alvenaria Indireto; vii) Estendais e seguidos de centenas de Cursos de Tecnologia do Pescado, sob os títulos de: Conservação e Beneficiamento do Pescado; Aproveitamento Artesanal de Desperdícios do Pescado e Culinária Regional à Base de Pescado.
Estas Unidades Produtivas foram instaladas nos seguintes municípios:
Durante vários anos foram desenvolvidos dezenas de significativos Cursos de Qualificação Técnica — trabalhos de tecnologia do pescado, tendo como objetivo capacitar um contingente de pescadores e familiares sobre as técnicas de beneficiamento e conservação do pescado — tudo isso impulsionado pela excessiva oferta de pescado proveniente de nossos rios e tributários e a fim de oferecer as famílias de pescadores ribeirinhos, residentes em comunidades isoladas, sem energia elétrica e sem infraestrutura para beneficiar sua produção de pescado, tecnologia de pesca, do pescado e gerencial para verticalizar e conservar sua produção diária de pescadoa fim de conservar por longos períodos.
Hoje, decorridos 40 anos, aquela fartura de peixes, quando capturávamos peixes com as mãos e até com o chapéu, nos rios e tributários de Rondônia não existem mais, tudo passou e tudo acabou. E, agora, você?
Parafraseando o velho Drummond de Andrade: e, agora, João? O rio ainda existe, e o peixe onde está? Com o anzol na mão, quer pescar o peixe, mais o peixe não há. E, agora, João?
Agora, o quadro se inverteu e os peixes de nossos rios sumiram, vítimas da pesca predatória e do próprio tempo que se encarregou em dizimar os estoques pesqueiros que nadavam contra as correntezas em busca de alimento e de se defender de densos cardumes de peixes carnívoros e de atividades antrópicas que também contribuíram para que tudo isto ocorresse.
Com o surgimento e o desenvolvimento da atividade da piscicultura, em nível estadual, o estado de Rondônia se transformou no segundo maior polo produtor e exportador de pescado do Brasil, e, assim, atingindo o topo da produção de pescado como o maior produtor mundial de tambaqui (Colossomamacropomum, Cuvier, 1818) e de pirarucu (Arapaima gigas, SHINZ), uma posição de destaque que enche de orgulho o setor primário e a nossa atividade aquícola.
“Com o anzol na mão e peixes não hão”.
Desde que se iniciaram os primeiros trabalhos de pesca e aquicultura no então Território Federal de Rondônia e, depois, no atual estado de Rondônia, que diagnósticos e prognósticos e demais relatórios foram feitos e revelados sobre vários aspectos, obedecendo necessariamente esta ordem:
PRIMEIRO DIAGNÓSTICO:Em 1978, com o início dos trabalhos de piscicultura em Rondônia, afirmou-se que no prazo de até 20 anos 60% dos igarapés do então Território Federal de Rondônia estariam mortos, vítimas do desmatamento ciliar, das queimadas e de construção de diques e de barragens em locais impróprios. Este texto foi inserido no Diagnóstico Ambiental da Pesca, Piscicultura e Extrativismo de Rondônia.
CONSTATAÇÃO: Se fossem realizados diagnósticos ambientais criteriosospara se detectar os verdadeiros motivos da morte de nascentes e de igarapés em toda malha hidrográfica do estado de Rondônia — com certeza, cerca de 70 a 80% já não mais existem, tendo como responsáveis diretos:
Seria como dotar os hospitais do Estado de profissionais com formação em Enfermagem para responder como médicos no atendimento dos pacientes.
SEGUNDO DIAGNÓSTICO: Em 1991, quando da elaboração e publicação do Sistema de Produção para Criação de Tambaqui no Estado de Rondônia, se afirmou que o estado de Rondônia tem uma verdadeira inclinação para a piscicultura e tem tudo para se tornar o maior polo produtor e exportador de pescado do Brasil.
CONSTATAÇÃO: Após 27 anos desta afirmação, o estado de Rondônia se transformou no maior produtor de pirarucu (Arapaima gigas, SHINZ, 1822)etambaqui (Colosssomamacropomum, Cuvier, 1818) mundial, e o segundo maior produtor de pescado no ranking nacional, com uma produção em torno de 90 mil toneladas de pescado, safra 2016/2017, de acordo com projeções do Governo.
RONDÔNIA URGENTE
Contingente de piscicultores e interessados que se
qualificaram em aquicultura em Rondônia.
O estado de Rondônia se ressente de um trabalho voltado para a qualificação profissional, no âmbito da tecnologia do pescado, capaz de levar tecnologia do pescado para o setor produtivo aquícola, em nível Estadual.
Neste sentido, estamos trabalhando para oferecer alternativas tecnológicas em todos os níveis, municipal, estadual e federal e, assim, oferecer uma gama de tecnologia pesqueira, do pescado, aquícola e gerencial, a curto e médio prazos, para que o setor produtivo pesqueiro possa dispor de alternativas múltiplas para:
CONSTATAÇÃO:É difícil para todos nós profissionais que deram os primeiros passos na piscicultura em Rondônia se constatar que:
Elo da corrente mais frágil.
Tambaqui sem espinha.
+ENGENHEIROS DE PESCA
TECNOLOGIA DO PESCADO
Em termos comparativos, a importância das proteínas do pescado se equiparam a de outros produtos de origem animal, no que tange a aminoácidos, além de conterem todos os que são considerados essenciais, a exemplo da valina, alanina, lisina, isoleucina, metionina, treonina, triptofano, histinina, fenilalanina e leucina.
PAPEL DO PESCADO NA DIETA HUMANA
Culinária regional à base de tambaqui na brasa.
Quando se refere aos componentes químicos do pescado, lembra-nos o alto valor biológico de suas proteínas. Apesar de conhecermos os constituintes mais importantes encontrados no alimento, provenientes do músculo do pescado, pode-se, também, citar outros elementos de menores importâncias, porém, vitais para uma boa alimentação, tais como:
Como produto rico em sais minerais, vitaminas e gorduras, o pescado é considerado como alimento de alto valor nutritivo para as diversas fases da vida, passando pela infância, adolescência, maturidade e a velhice.