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MAIOR DESDE 2016: Dólar bate R$ 3,78 e Tesouro suspende negociações de títulos


Rondonoticias

Publicada em: 18/05/2018 11:12:07 - Atualizado

SÃO PAULO: O dólar abriu o pregão desta sexta-feira em alta pelo sexto dia seguido, acompanhando o cenário externo. Às 10h20, a moeda avançava 1,94%, cotada a 3,78 reais, maior valor desde 7 de março de 2016. A disparada do dólar provocou a alta dos juros nos mercados futuro e à vista e levou o Tesouro Direto a suspender as negociações com títulos públicos. “Dada à volatilidade do mercado, as negociações com o Tesouro Direto foram suspensas, com previsão de retorno das negociações às 12h, sujeita a uma reavaliação das condições de mercado por volta desse horário”, diz o Tesouro em nota oficial.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% não foi suficiente para conter a valorização da moeda americana, que fechou nesta quinta-feira cotada a 3,70 reais, e renovou a máxima nesta sexta-feira. “É um movimento muito forte, que nem mesmo nós esperávamos. No ano a moeda já acumula quase 13% de valorização”, diz o economista Daniel Charles, da Renascença Corretora.

De acordo com analistas, a elevação se dá em linha com exterior, com o dólar avançando em relação a 26 das 31 principais moedas. “Aqui temos ainda toda a questão do risco eleitoral, mas lá fora a moeda também está subindo, mostrando que o cenário externo segue desfavorável para a cotação da moeda, principalmente em países emergentes”, comenta Charles.

O cenário externo, puxado principalmente pelos Estados Unidos, tem sido o grande vilão do câmbio. A possibilidade de aumento dos juros americanos é um dos motivos que levam os investidores a deixarem economias emergentes para repatriar recursos para os Estados Unidos.

Além disso, a indefinição eleitoral no Brasil, que é um ingrediente a mais que contribui para a valorização.

“O dólar segue em alta no exterior e, principalmente, frente ao real. Isso é reflexo do desconforto dos investidores com a situação fiscal do governo, ausência de reformas e cenário eleitoral desfavorável, sem um candidato forte pró-mercado”, diz Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital


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