PORTO VELHO RO - Vinte apenados do Projeto Pintando a Liberdade (PPL) do Presídio Ênio Pinheiro em Porto Velho produziram 500 camisetas para os reeducandos que estudam na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Madeira Mamoré.

Atualmente cerca de 400 detentos distribuídos entres as sete penitenciárias da capital estudam na escola, mas segundo o diretor do estabelecimento educacional, Tarcísio Inácio Ramalho, a meta é atender 500 reeducandos.

A Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas (Vepema) contribuiu com um valor para a compra do material e os apenados da fábrica de bolas entraram com a habilidade, utilizando as máquinas do ateliê e os instrumentos de serigrafia.

Para Iza Celesti, chefe do Núcleo de Capacitação (Nucap) da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), o uniforme escolar identifica o aluno e a instituição de ensino a qual pertence. “Sair da cela uniformizado, tem um diferencial, isso traz uma nova visão ao reeducando. Representa esperança de uma vida melhor e um atalho para reaver a liberdade”, declarou.

Iza Celesti falou ainda sobre o esforço da Secretaria de Justiça para capacitar os detentos, inclusive com recursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e do Fundo Penitenciário de Rondônia (Fupen).

O coordenador do Projeto Pintando a Liberdade, Elias Rodrigues da Silva, lembrou que muitos ex-detentos que fizeram parte do projeto não voltaram a reincidir, pelo contrário, através da história de vida “intramuros”, têm ajudado muitas pessoas a desviarem do caminho da criminalidade.

Os reeducandos do Ênio Pinheiro já produziram uniformes para agentes penitenciários e policiais militares de Rolim de Moura. Participaram da entrega dos uniformes o diretor unidade prisional, Manoel da Conceição e a assistente social Aniellen Miranda, que trabalha como voluntária na Casa Cidadania.