• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, terça-feira 7 de maio de 2024

H​OMENAGEM: Por um Brasil mais feminino - Manoel Neri - Presidente do COFEN


Rondonoticias

Publicada em: 07/03/2018 22:43:37 - Atualizado

Por um Brasil mais feminino

*Por Manoel Neri

Neste 08 de março, Dia Internacional da Mulher, quero evidenciar os dados da violência contra as mulheres no Brasil, divulgados nesta quarta-feira (7) pelo portal de notícias G1.

De acordo com o levantamento, em média, 12 mulheres são assassinadas por dia, a maioria, por crimes de ódio motivados pela condição de gênero. Foram 4.473 homicídios dolosos em 2017. Isso é inaceitável. É inadmissível que nosso país esteja entre as 10 nações mais violentas para as mulheres.

Precisamos mudar esse quadro. É preciso fazer valer a Lei Maria da Penha para coibir esses crimes. Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil, na maior parte das vezes por motivos como a separação. As mulheres exigem respeito. Temos que exaltar a sua coragem em enfrentar e transpor todos os desafios, que não são poucos, todos os dias!

Precisamos mudar a realidade da mulher no mercado de trabalho. A desigualdade salarial é gritante, dados do IBGE (Estatísticas de Gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil), divulgados também nesta quarta-feira (7), pelo site Veja.com, revelam que as mulheres levam ampla desvantagem em cargos e áreas de atuação, as diferenças salariais em relação aos homens chegam a 53%. A igualdade de gênero ainda é um sonho distante no Brasil. No Congresso onde leis são criadas, deveria ser um dos pontos de apoio à mulher, a representatividade feminina é mínima. As mulheres são minoria no parlamento brasileiro com apenas 10,5 % dos assentos na Câmara dos Deputados, muito abaixo da média mundial que é 23%.

O cenário é ainda mais desanimador para as mulheres negras e pardas. A publicação do IBGE afirma que no Brasil, não é apenas o sexo que tem impacto significativo nas estatísticas, mas também cor ou raça, ser portadora de deficiência, e ainda, residir em áreas urbanas ou rurais reforçam desigualdades.

Todos os anos, no dia que antecede a comemoração em homenagem às mulheres, vem à tona pesquisas com números alarmantes de violência praticada contra elas. É um cenário que nos envergonha e que grita para que providências sejam tomadas.

Mais que uma homenagem, a mulher merece respeito por tudo que representa. Por sua contribuição em todos os setores de trabalho, da economia, da ciência, da saúde, da educação.

Todos temos mãe, irmã, filha, e sabemos que elas merecem os mesmos direitos dados aos homens. Um Brasil mais feminino é o que estamos precisando. Feminino na sensibilidade, na dedicação, na firmeza, na coragem, no desprendimento, na doação, no amor. Quem sabe assim teremos um país mais alegre, mais solidário?

Neste 08 de março, deixo registrado meu respeito e minha admiração a todas as mulheres. E faço um apelo às autoridades do país para se empenharem verdadeiramente para mudar essa realidade vergonhosa de violência contra a mulher, para uma realidade que aponte o Brasil como a nação mais segura para uma mulher viver.

O autor é presidente do Conselho Federal de Enfermagem - COFEN


Fale conosco