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Ex-assessor de Trump se declara culpado por mentir ao FBI sobre conversa


G1

Publicada em: 01/12/2017 15:46:29 - Atualizado

MUNDO- O ex-conselheiro de Donald Trump para segurança nacional, Michael Flynn, se declarou culpado de mentir para o FBI sobre conversas com o embaixador russo em Washington em uma audiência nesta sexta-feira (1º). Flynn também aceitou colaborar com a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre as supostas ligações entre a campanha do presidente Donald Trump e o governo russo.

Segundo documentos divulgados pelo tribunal que cuida do caso em Washington, Flynn, que trabalhou com o presidente dos EUA em sua campanha presidencial e como membro do governo por apenas 24 dias, é indiciado por ter feito afirmações falsas “propositalmente” ao órgão federal no último dia 24 de janeiro. Na ocasião, Flynn afirmou ao FBI que não havia conversado sobre sanções com o embaixador russo dos EUA à época, Sergei Kislyak.

Os documentos também afirmam que Flynn consultou "altos funcionários" da equipe que conduzia a transição para o novo governo antes e depois de ter várias conversas com Sergei Kislyak.

"Meu gesto de me declarar culpado e meu acordo para cooperar com o escritório do procurador especial são reflexo de uma decisão tomada em defesa dos interesses de minha família e de meu país", declarou o ex-assessor em uma nota oficial.

De acordo com a rede de TV americana ABC, Flynn estaria considerando afirmar em testemunho que seus contatos com autoridades russas durante a campanha presidencial de 2016 foram feitos seguindo ordens do próprio Trump.

A Casa Branca reagiu à notícia dizendo, em nota, que "nada na admissão de culpa ou na acusação implica qualquer outra pessoa a não ser o sr. Flynn". O comunicado do advogado da Casa Branca, Ty Cobb, também refere-se ao general de três estrelas como "um ex-funcionário do governo Obama".

Conversas com o embaixador

Michael Flynn foi forçado a renunciar em fevereiro ao cargo de conselheiro de segurança nacional, menos de um mês após assumir o cargo, por não revelar o conteúdo de suas conversas com Sergei Kislyak, o embaixador russo nos Estados Unidos, e de não informar o vice-presidente Mike Pence sobre as conversas.

Nessas conversas interceptadas pelo FBI, que ocorreram em dezembro do ano passado, quando já Flynn havia sido escolhido por Trump para ser conselheiro de Segurança Nacional do governo em formação, ele falou das sanções contra o Kremlin pela suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas, impostas pelo ex-presidente Barack Obama.

Flynn não informou Trump nem o vice-presidente Mike Pence sobre esse contato, ao assumir seu cargo na Casa Branca.

Quase imediatamente, o Departamento de Justiça alertou a Casa Branca que a continuidade de Flynn em seu cargo o expunha a chantagens por ocultar informações sobre seus contatos com Kislyak.

Apenas dez dias depois de assumir o cargo de conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Flynn já era um problema grave para o governo de Trump e sempre foi visto isolado no gabinete.

Quando se tornou público que omitiu informações, anunciou sua renúncia. Na ocasião, Flynn defendeu que as conversas "são uma prática comum em qualquer transição de tal magnitude".

Flynn foi o conselheiro de segurança que ficou menos tempo no cargo na história dos EUA. As suspeitas sobre os contatos entre a equipe de Trump e a Rússia durante a campanha e imediatamente depois de sua vitória eleitoral provocaram verdadeiros terremotos políticos no novo governo.


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