• Fundado em 11/10/2001

    porto velho, sexta-feira 26 de abril de 2024

Mãe espera por quase duas horas em fila por notícias do filho internado

O filho dela está sozinho dentro do hospital e, segundo ela, possui dificuldades para se mexer por conta da fratura.


G1/AM

Publicada em: 05/01/2021 11:53:13 - Atualizado

Logo no segundo dia do ano, a pescadora Raimunda Melo e filho tiveram de viajar de Foz do Tapauá (AM) para a capital Manaus em busca de atendimento médico para o jovem, de 22 anos, que quebrou uma perna. Mas a família não esperava encontrar hospitais superlotados e enfrentar a falta de informação.

Na área externa do Hospital 28 de Agosto, próximo ao necrotério e ao local onde foi instalada uma câmara frigorífica para armazenar os corpos das vítimas da Covid-19, havia uma fila de aproximadamente 30 pessoas na manhã desta terça-feira (5). São familiares de pacientes internados em busca da assistência social da unidade, entre eles, Raimunda.

Muitos deles estão sacolas nas mãos com lençóis, roupas e objetos para serem entregues aos pacientes. A pescadora era uma das que tentava deixar na assistência social roupas e materiais de higiene para o filho, Leonardo de Melo, internado no hospital desde o dia 2 de janeiro deste ano.

Ao G1, ela contou que o filho fraturou a perna direita na cidade em que moram, distante 448 km de Manaus e, por conta da gravidade, tiveram que sair do município para buscarem atendimento médico em Manaus. A prefeitura de Foz de Tapauá providenciou a transferência, feita em aeronave.

Na capital, ela teve que ficar na casa de uma amiga, no bairro Nova Cidade, na Zona Norte de Manaus. O filho dela está sozinho dentro do hospital e, segundo ela, possui dificuldades para se mexer por conta da fratura. Acompanhantes não podem mais permanecer dentro das unidades hospitalares por conta do avanço dos casos de Covid-19.

A pescadora chegou na fila às 7h desta terça-feira (5), e às 8h40, ainda não tinha sido atendida. "Estou aqui até agora aguardando uma notícia do meu filho, tentando falar com a assistência social e ver o que podem fazer para ele não ficar tão exposto agora, nesse momento crítico", disse.

A mulher contou temer que o filho seja infectado nesse momento pelo vírus da Covid-19. "Meu maior medo, não é nem a cirurgia, meu medo maior é ele se contaminar lá dentro [do hospital]", lamentou.


Fale conosco