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Prefeito de Pacaraima, pode decretar situação de calamidade por imigração venezuelana


G1

Publicada em: 02/02/2018 15:13:04 - Atualizado

BRASIL- O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (PRB), disse ao G1 na manhã desta sexta-feira (2) que estuda decretar situação de calamidade pública por conta da imigração venezuelana na cidade.

O município ao Norte de Roraima, com pouco mais de 10 mil habitantes faz fronteira com a Venezuela e é porta de entrada dos imigrantes que entram no Brasil fugindo da crise política, econômica e social no país vizinho.

Segundo o prefeito, setores como a saúde, educação e segurança foram os mais afetados com a chegada dos imigrantes.

Juliano Torquato viaja para Brasília no próximo domingo (4) onde deve participar de reuniões na Casa Civil e Ministérios da Saúde e Educação para pedir ajuda do Governo Federal.

"Nossa missão em Brasília vai ser conversar com o governo e a partir daí decretar ou não calamidade pública", explicou o gestor.

À Rede Amazônica Roraima, o prefeito de Pacaraima disse que uma das áreas mais afetadas é a segurança e ele classificou a situação como delicada.

"A gente sabe que durante 2018 houve um índice muito grande de furtos, assaltos e até homicídios que não era do nosso cotidiano", explicou Torquato.

Dados comparativos de atendimento aos venezuelanos na cidade entre os anos de 2016 e 2017 estão sendo levantados para serem entregues aos ministérios e Casa Civil.

Outra área afetada é a saúde. Na cidade há dois postos municipais, além do hospital que é administrado pelo estado. De acordo com o prefeito, atualmente mais de 80 pessoas aguardam diariamente nas filas em busca de atendimento, quando antes da intensificação da imigração o número era de apenas 30.

Já na área da educação, Juliano Torquato estimou que cerca de 300 alunos, na maioria venezuelanos, aguardam por uma vaga nas escolas do município.

"Nós temos a nossa população de Pacaraima e com a imigração, a demanda por serviços de saúde e educação aumentaram até quatro vezes em alguns casos", declarou.

Além disso, na cidade há um abrigo para venezuelanos indígenas que está superlotado. Segundo o gestor, até esta sexta (2), 287 viviam no local que tem capacidade para 200 pessoas.

Imigração em massa

O número de solicitações de refúgio de venezuelanos em Roraima chegou a marca dos 12.193 pedidos de janeiro a setembro de 2017.

Por outro lado, o governo do estado estima que 30 mil venezuelanos tenham entrado em Roraima desde 2016. A imigração cresce conforme a crise na Venezuela se alastra nos setores de emprego, alimentos e remédios.

No ano passado, o estado decretou emergência na saúde devido ao grande número de atendimentos médicos prestados aos venezuelanos.

Conforme dados divulgados pela Polícia Federal em Roraima, a maioria dos venezuelanos que migram para o estado são de Caracas, capital do país. Mais de 58% são homens e jovens entre 22 e 25 anos. A maior parte deles são estudantes (17,93%), seguidos por economistas (7,83%), engenheiros (6,21%) e médicos (4,83%).


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