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Promotor confirma, Marcola vai ficar no Presídio de Porto Velho


Rondonoticias

Publicada em: 13/02/2019 16:35:14 - Atualizado

Foto: Rogério Cassimiro/Folhapress

PORTO VELHO RO - Apontado como líder máximo da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, vai ficar mesmo preso no Presídio Federal de Porto Velho.

A informação foi confirmada pelo promotor de Justiça Lincoln Gakiya e por mais três fontes ligadas ao processo de transferência da organização criminosa para unidades federais do país, segundo o site uol.

Marcola e outros 21 presos estão sendo transferidos de Penitenciárias Estaduais de Presidente Wenceslau, São Paulo, nesta quarta-feira (13). Além do Presídio Federal de Porto Velho, os de Brasília e Mossoró (RN) também receberão os membros da facção.

Rodízio

De acordo com informações das fontes, Marcola não deverá permanecer por um período superior a seis meses na capital de Rondônia. A intenção é que ele passe por outros Presídios Federais. A estratégia visa dificultar possíveis tentativas de fuga do detento, considerado de alta periculosidade.

Além dos Presídios Federais já citados, existem outras duas unidades no país: em Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS).

Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira estabelece que os Presídios Federais na capital de Rondônia e em Mossoró contarão com reforço de segurança feito pelo Exército nos próximos 12 dias.

Papuda não

A defesa de Marcola afirmou desconhecer a informação de que seu cliente vá para Porto Velho. "Disseram que ele iria para Brasília, mas ele não queria aceitar: "'Papuda não quero'". Um dos advogados de Marcola estava a caminho do Tribunal de Justiça Criminal da Barra Funda, às 16h, para tentar mais informações.

Polêmico Marcola

A condenação inicial contra Marcola é de quase 234 anos, mas há uma incômoda contagem regressiva no Sistema Penitenciário que determina que, dentro de aproximadamente três anos, Marcola, considerado um dos mais temidos criminosos do país, completa 30 anos de prisão e, em tese, pode ganhar a liberdade, já que no Brasil, não há pena de morte ou prisão perpétua, e a cláusula pétrea da Constituição, na Lei de Execuções Penais prevê o tempo máximo de prisão é de 30 anos.

Segundo o juiz aposentado e ex-secretário nacional Anti-Drogas, Walter Fanganiello Maierovitch o líder da facção tem comportamento bom, é lúcido (não cabe medida de segurança) e há quase 30 anos vem comandando o crime mesmo dentro da cadeia. "Dentro ou fora, dá no mesmo", afirma Maierovitch, que considera também que o Governo e o Judiciário estão num dilema kafkiano, já que os advogados de Marcola terão todo o amparo para pleitear a extinção da pena.

Aos 46 anos de idade, Marcola passou mais tempo atrás das grades do que em liberdade. Tornou-se infrator adolescente, mas foi no caos penitenciário que se "formou" como criminoso respeitado no sistema e temido pelos órgãos estatais. Organizou o PCC e, desde 2006, ao afastar outros líderes, assumiu o posto de comandante da organização que hoje se esparramou pelo país e países fronteiriços, como Paraguai e Bolívia.

Seu discurso tem várias facetas: rebeldia contra a opressão estatal, a união interna para controlar as cadeias e uma forte estrutura externa para a execução de crimes contra o patrimônio nas ruas. Solidificou seu prestígio e liderança à frente da facção designando seus "homens de confiança" para compor com ele, o primeiro escalão da organização criminosa. São sete homens, todos recolhidos na Penitenciária II, de Presidente Venceslau.

A galinha dos ovos de ouro do PCC é o tráfico de cocaína que, do atacado ao varejo, é comandado em estilo semelhante aos tradicionais cartéis. Maierovitch acha que a organização, com controle social e territorial, tem uma estrutura pré-mafiosa e seu líder, ainda que esteja preso (o que torna o cenário surreal e insólito quando se constata a fragilidade do Estado) tem um comportamento parecido com o de célebres dirigentes de cartéis da droga, como o lendário colombiano Pablo Escobar.

SAIBA MAIS: Marcola e 21 membros do PCC são transferidos para Presídios Federais, entre eles, o de Porto Velho

Com informações do uol e folha política



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