BRASIL: O Tribunal de Contas do Maranhão, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Estadual (MPMA) investigam um desvio de R$ 13 milhões que seriam usados na educação de São Benedito do Rio Preto, no interior do Estado. Parte deste dinheiro teria ido para contas de parentes do prefeito e da primeira-dama do município.

Com pouco mais de 18 mil habitantes, São Benedito do Rio Preto tem o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do País do 1º ao 4º ano do ensino fundamental. Além disso, alunos da rede municipal de ensino sofrem com falta de transporte e manutenção nas escolas.

A investigação, revelada pelo Fantástico no domingo, 3, mostrou que, desde janeiro de 2023, a cidade recebeu R$ 91 milhões do Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que é utilizado para financiar a educação básica no país.

A reportagem obteve documentos que apontam que, em São Benedito do Rio Preto, parte desses recursos foi transferida para contas de mais de 1.500 pessoas. Entre os destinatários de R$ 317 mil deste montante estão 11 parentes do prefeito Wallas Rocha (Republicanos) e da primeira-dama, Brenda Gabrielle Nunes da Silva.

De acordo com o Fantástico, 15 transferências bancárias foram realizadas para a primeira-dama, totalizando cerca de R$ 58 mil. Além disso, três parentes do secretário de educação de São Benedito, o pastor Jairo Frazão, receberam R$ 126 mil. Já dez pessoas da família do vereador Irmão Valter (PSB) receberam R$ 112 mil.

A lei determina que 70% dos recursos do Fundeb sejam destinados ao pagamento de educadores. O restante deve ser aplicado em despesas como manutenção de escolas, aquisição de material didático, auxílio ao transporte escolar.

O Fantástico tentou contato com o prefeito Wallas Rocha --se reelegeu para um segundo mandato este ano--, com a primeira-dama Brenda Gabrielle Nunes da Silva, com o secretário e com o vereador citados na reportagem, mas não obteve retorno.