PORTO VELHO (RO) - Apresentado pelo jornalista e advogado, Armar Souza de Sá, o programa A Voz do Povo desta terça-feira (18) recebeu o ex-ministro Amir Lando (MDB), que falou sobre a sua trajetória política e a evolução do estado de Rondônia.

Um dos nomes que assinaram a Constituição do Estado, Amir Lando, afirmou que participou ativamente das ações de integração que ocuparam o estado de Rondônia, logo no início do processo de colonização dessa região.

"Havia uma vontade de construir o novo, as peculiaridades locais, um momento de muito empenho, muita vontade de fazer a construção do Estado. Mas antes disso começamos com o assentamento das pessoas, com o trabalho da reforma agrária. Foi uma honra muito grande participar da fundação do estado de Rondônia", falou Amir Lando.

O ex-ministro rebateu as críticas feitas por grupos políticos que acusam os colonizadores de terem cometido agressões aos povos indígenas. Amir Lando fez questão de ressaltar que não existe relação comparativa entre essas épocas, sendo que ocorreram conflitos que levaram justamente à formação da nossa delineação territorial.

"Eu acho que esse tipo de julgamento é um julgamento abstrato, é claro que jamais serei a favor da matança de índios, mas houve conflito. A gente não pode fazer um julgamento moral de quem colonizou essa terra. É o tipo da coisa pretensiosa de querer julgar o passado, e o passado já aconteceu, é abstrato", destacou Amir Lando.

Sobre o presente e o futuro de Rondônia, Amir Lando comentou que não tem visto na atualidade representantes que mostrem pensamento de projetos para o futuro de Rondônia, sendo que, de acordo com ele, é algo fundamental para pavimentar a evolução do povo rondoniense.

"Está na hora de pensar na transformação, de, é fundamentalmente, pensar em um grande projeto industrial para Rondônia. Hoje, o acesso à educação é o acesso à internet, então por que não oferecer um equipamento eletrônico para que os jovens mais carentes tenham acesso a toda informação", comentou Amir Lando.

Para Amir Lando, o que acontece é a falta de comprometimento dos representantes públicos com projetos cujo objetivo seja resolver problemas a longo prazo de forma definitiva.

"O Estado deve ser o promotor da evolução econômica e social, nós precisamos de uma visão para o futuro, que não seja apenas uma gestão de caixa, mas algo que vá para o futuro e não apenas para o presente. O pessoal só pensa em como administrar o dinheiro do caixa e, às vezes, em como tirar uma vantagem dele", falou Amir Lando.

Ele anda fez questão de observar a crise gerada no Estado por conta da criação de reservas ambientas dentro de áreas permeadas por comunidades rurais e agrícolas, como na região de Jaci-Paraná.

"Quando se cria uma reserva, tem que fazer a exclusão ou indenizar e tirar, mas o que se fez foi criar uma reserva sem fiscalização, sem segurança, sem nada. Eu recomendo que faça outra reserva em um local onde não tenha povoamento", falou Amir Lando.

Por fim, o ex-ministro argumentou que estava trabalhando durante todo esse tempo em que ele esteve fora da política, mas que agora está à disposição para retornar ao processo eleitoral, aguardando ver o que diz o futuro.

"Eu tive que trabalhar para me sustentar, eu não roubei nada, eu não enriqueci na política, pelo contrário, gastei um dinheiro que tinha ganho, eu que financiei minhas campanhas, agora estou livre para voltar, se Deus e o povo quiserem", finalizou Amir Lando.

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