Uma Maria Fumaça de 1936 que circulou na linha Madeira-Mamoré volta ao trilhos nesta quinta-feira (2/10) depois de ficar abandonada por 20 anos no complexo ferroviário de Porto Velho (RO).

A recuperação da locomotiva a vapor foi realizada por 8 profssionais, incluindo três engenheiros, da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária ( ABPF), entidade responsável pelos passeios de 10 trens turísticos no Brasil.

A Maria Fumaça soará o seu apito na tarde desta quinta-feira, data das comemorações dos 111 anos de Porto Velho. O público poderá ver de perto o seu funcionamento. Ela fará um trajeto de 50 metros apenas com um maquinista e o fundista, profissional responsável pelo aquecimento da caldeira.

Recuperação começou em agosto

O trabalho de recuperação da Maria Fumaça Mikado 18 começou em agosto deste ano. A locomotiva foi quase toda desmontada, peça por peça. Também foi recuperada a caldeira que esquenta a água. Ela garante o funcionamento da locomotiva.

As rodas e o vagão que transporta a lenha e a água também foram restaurados. Segundo Thomaz Schoeffel, analista da ABPF, a equipe trabalhou nos finais de semana, inclusive nos feriados, para colocar a Maria Fumaça em funcionamento.

"O trabalho de toda a equipe foi emergencial para deixar a Maria Fumaça funcionando e com o seu tradicional apito. Nesta fase a locomotiva não poderá transportar pessoas ou puxar vagões", explicou Thomaz Schoeffel.

Museu Marechal Randon

A intenção da Prefeitura de Porto Velho é colocar a Maria Fumaça para percorrer o trecho de 8 km da capital de Rondônia e o distrito de Santo Antônio, onde fica o Museu Marechal Randon. Esse passeio foi suspenso em 1999. O trabalho de recuperação é uma das etapas para que o passeio na ferrovia Madeira-Mamoré seja retomado.

Para que o passeio seja retomado será preciso realizar obras de recuperação em alguns trechos da ferrovia Madeira-Mamoré que foi atingida pela enchenete de 2014. A ferrovia foi construída entre 1907 e 1912. Conhecida como a "Ferrovia da Morte", essa linha foi criada para escoar a produção de borracha da Bolívia e do Brasil, atravessando o Rio Madeira.