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porto velho, sábado 8 de novembro de 2025

AMIR LANDO E O NASCIMENTO DE UM PIONEIRO NO LEITO DO HOSPITAL
Arimar Souza de Sá
A vida, por vezes, põe à prova até mesmo os mais experientes navegadores do destino. Foi assim com Amir Lando, ex-senador e ex-ministro, homem de trajetória ilibada e espírito público raro. Subitamente, o veterano político rondoniense viu-se entre o fio tênue que separa o hoje do nunca mais. Uma hemorragia intestinal o surpreendeu de forma violenta, exigindo uma cirurgia delicada e arriscada, que o levou à UTI de um hospital em São Paulo. Por dias, vem travando uma batalha silenciosa — não contra o tempo, mas pela continuidade de sua missão.
Mas Amir sobreviveu. E como em todas as etapas de sua vida, está com a serenidade de quem confia no propósito que carrega. Sua recuperação é lenta, mas firme. Do leito hospitalar, ressurge o homem que há décadas ajudou a moldar Rondônia, quando o estado ainda dava seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento institucional e político.
Amir Lando é, por essência, um pioneiro de Rondônia. Foi senador da República, relator do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, e ministro da Previdência Social, onde exerceu com retidão e sensibilidade uma das mais complexas funções do governo federal. Em todas as missões, deixou impressa a marca do homem público comprometido com o bem coletivo, avesso aos atalhos da política fácil e fiel à sua biografia de integridade.
Sua vida honrada é um espelho para as gerações que carecem de referências. Amir é daqueles poucos que, em vez de ocupar cargos, honraram os cargos que ocuparam. Sua história se confunde com a própria história de Rondônia — de sua transformação em estado, de sua inserção no cenário nacional, de sua busca por reconhecimento e equilíbrio federativo.
Agora, após escapar das garras da morte, Amir Lando renasce — talvez não apenas fisicamente, mas espiritualmente, como alguém destinado a uma nova jornada. Quem sabe, novamente, como deputado federal por Rondônia, levando à tribuna do Congresso a experiência de quem já atravessou os abismos da vida e da política com coragem e lucidez.
Porque há missões que o tempo não encerra, apenas adia. E, como ensina a sabedoria dos que acreditam na providência divina:
Quando a missão é delegada pelas hostes celestiais, ninguém parte antes de cumpri-la integralmente!