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porto velho, segunda-feira 15 de dezembro de 2025

PORTO VELHO - RO - Ainda repercute fortemente em todo o estado de Rondônia, pelo tom da baixaria e não da discussão do tema, a audiência pública ocorrida na última sexta-feira, 12, ocorrida no plenário do Poder Legislativo estadual.
O que deveria ser uma audiência técnica acabou consolidando, em poucos minutos, um dos episódios mais constrangedores recentes da Assembleia Legislativa de Rondônia. A repercussão foi imediata e negativa em todo o estado, após a audiência pública sobre a Lei de Organização e Promoção da Polícia Militar ser marcada por acusações de baixo nível, quebra de decoro e sucessivas reprimendas públicas entre autoridades.
O clima azedou quando o vereador Fernando Silva, um dos autores das acusações consideradas de baixaria, contra o comandante geral da Polícia Militar, passou a citar episódios alheios à pauta oficial, incluindo a menção a suposto espancamento de mulher. A fala foi duramente repreendida pelo deputado estadual Sargento Eyder Brasil, que interrompeu o discurso e deixou claro que aquele tipo de acusação não teria espaço em uma audiência pública, ainda mais sem relação direta com o tema debatido.
Na mesma linha, o deputado Delegado Rodrigo Camargo também foi advertido durante a sessão pelo próprio colega. Segundo parlamentares presentes, Camargo, visivelmente transtornado, desrespeitou a fala de opositores e avançou sobre o tempo e os limites do debate, infringindo regras regimentais da Casa. A condução dos trabalhos precisou intervir com firmeza para restabelecer a ordem e evitar que o confronto verbal se agravasse.
Outro fato, também lamentável, foi protagonizado pela esposa de um ex-deputado que se levantou de seu assento e demonstrando falta de educação se dirigiu a mesa com palavras duras e impróprias para o debate. Também sofreu reprimenda e voltou para o seu lugar.
O resultado foi uma audiência marcada mais pelo vexame do que pelo conteúdo. Entidades militares, policiais da ativa e da reserva e parte do público que acompanhava os debates manifestaram frustração com o desvio da pauta, que deveria tratar exclusivamente de critérios de promoção, antiguidade, merecimento e segurança jurídica na carreira da Polícia Militar.
Nos bastidores políticos e nas redes sociais, o episódio foi classificado como “vergonhoso” e “incompatível” com a responsabilidade do Parlamento. Para muitos, a sessão expôs a fragilidade do debate institucional e reforçou a cobrança por mais seriedade, respeito ao regimento e foco nos reais problemas da segurança pública em Rondônia.
Estava em disputa, ainda que veladamente, os votos da tropa para as eleições do ano quem.