BRASIL - O ator Marcos Frota abriu o coração em entrevista ao Abroader Podcast. Ele falou, entre outras coisas, do sentimento de culpa após a morte de sua primeira mulher, Cibele Ferreira, e do fim do seu segundo casamento, com a atriz Carolina Dieckmann.

Cibele morreu em um acidente de carro em 1993, na época em que Frota fazia o seu personagem de maior sucesso, o Tonho da Lua da novela Mulheres de Areia. O casal teve três filhos.

“Eu me senti culpado como pai, como homem, como marido. Como eu deixei isso acontecer com minha mulher? Eu estava ausente, eu estava em Belo Horizonte. É claro que eu sei que Deus tem os desígnios maiores, mas pode ter certeza que eu carrego uma culpa de não ter ficado colado com ela, de não ter ficado protegendo ela”, disse Frota.

Segundo ele, o fato de interpretar Tonho da Lua, um personagem marcado por um grande trauma, o ajudou no momento de luto.

“Se eu cuidei do Tonho da Lua durante nove meses, quando eu experimentei a dor da perda do maior presente que a vida me deu, que foi a minha esposa, quem cuidou de mim foi o Tonho da Lua, porque ele tinha preparado o meu tecido interno para não fazer da dor um marketing. A dor também é amor. Você não pode desperdiçar a dor. Ela é proveito pro teu espírito, ela é alimento para a tua alma”, afirmou.

“Eu não tinha essa consciência que estou tendo agora. A minha vida caiu num redemoinho. Nada mais fazia sentido, já que eu fazia tudo para ela. Em vez de eu reclamar, eu agradeci por aquele momento, porque eu iria virar o pai e a mãe dos meus filhos. O que me curou muito foi o palco, foi o trabalho”, completou.

Em 1997, Frota casou-se com Carolina Dieckmann. Juntos, tiveram um filho. O casal se separou em 2003, também em uma situação traumática para o ator.

“Ela foi embora da minha casa. Foi muito doído, foi uma fratura exposta porque a imprensa acompanha. Todo dia eu tinha que falar sobre separação, eu tinha que explicar. Tinha repórter na frente de casa pra fotografar como estava saindo. Foi difícil aquilo ali”, disse.