Fundado em 11/10/2001
porto velho, quarta-feira 4 de dezembro de 2024
PORTO VELHO-RO: O transporte aéreo em Rondônia enfrenta uma grave crise que se agrava com a proximidade das festas de fim de ano. Os moradores do estado lidam com a falta de voos, preços exorbitantes e itinerários desgastantes, marcados por múltiplas escalas. Essa situação, que prejudica milhares de pessoas, parece contar com a complacência de autoridades políticas e judiciais, que não têm apresentado soluções concretas para o problema.
O cenário começou a se deteriorar em junho de 2023, quando as companhias aéreas Azul, Gol e Latam reduziram significativamente suas operações em Rondônia. As empresas justificaram a decisão citando um aumento nos processos judiciais contra atrasos e cancelamentos, que, segundo elas, configurariam uma "indústria dos vouchers". Essa medida impactou diretamente os consumidores, dificultando a mobilidade dentro e fora do estado.
Com a redução na oferta de voos, os preços dispararam, transformando o ato de viajar em um desafio quase intransponível para muitos rondonienses. Além disso, a limitação de voos resultou em trajetos mais longos, com conexões demoradas, dificultando ainda mais os deslocamentos em um período marcado por viagens familiares e de lazer.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia (OAB-RO) tem tentado atuar em defesa dos direitos dos passageiros afetados. A entidade encaminhou representações à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), além de promover campanhas de conscientização sobre os direitos dos consumidores. Apesar dessas ações, a situação permanece crítica e sem soluções imediatas.
O descaso das autoridades públicas tem sido amplamente criticado, uma vez que a crise aérea segue sem perspectivas claras de resolução. A inércia dos agentes políticos e judiciais no enfrentamento do problema levanta dúvidas sobre o compromisso com os interesses dos cidadãos rondonienses, que enfrentam, além das dificuldades logísticas, um aumento no custo de vida para conseguir viajar.
Com o fim do ano se aproximando, a situação promete se tornar ainda mais caótica. A falta de planejamento e a ausência de medidas efetivas para mitigar os impactos sobre a população colocam Rondônia em um cenário de isolamento, enquanto milhares de rondonienses tentam, desesperadamente, encontrar uma maneira de sair do estado para visitar familiares ou cumprir compromissos pessoais e profissionais.
O caos aéreo em Rondônia é um reflexo de uma crise que vai além do transporte, evidenciando falhas na gestão e no planejamento, tanto das empresas quanto das autoridades responsáveis. Enquanto soluções não chegam, os cidadãos continuam pagando o preço mais alto por um sistema ineficiente e desorganizado.