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porto velho, sábado 20 de setembro de 2025
A preocupação com práticas ESG (Ambiental, Social e Governança, em inglês) se transformou em uma tendência para os investidores nos últimos anos. Com o holofote nas iniciativas de diversidade, inclusão e igualdade de gênero, as empresas com comitês de liderança homogêneas precisam correr atrás para reorganizar prioridades.
“Acho que o investimento em políticas afirmativas e a ampliação do número de líderes mulheres pode ajudar no posicionamento de marca da empresa com a fidelização do consumidor e, por consequência, no seu valor de mercado”, explica Caroline Palermo, advogada e especialista em ESG.
Apesar disso, as entrevistadas concordam que as lideranças femininas vão muito além de apenas apaziguar acionistas. “As mulheres sempre foram super fortes e competentes. O que ocorre é um movimento natural da sociedade, de conscientização das empresas e de equiparação salarial”, complementa Palermo.
Patrícia Komura, COO do Zarpo, agência online de viagens, também acredita no poder de disseminação. “Estar em uma posição de liderança e ser mulher é algo que pode inspirar muitas outras mulheres em suas conquistas e, de forma indireta, ajudar a combater a discriminação em outros lugares”, diz ela, que assim como Simoni, faz parte dos 34%.
A executiva da Zarpo avalia que, para desconstruir estigmas e preconceitos, essa representatividade é crucial. Não é possível discutir igualdade de gênero, equiparação salarial, licença maternidade e inúmeras outras questões sem, primeiro, ter lideranças femininas que possam somar à discussão.
O argumento ganha ainda mais força no Brasil, um país em que três em cada 10 pessoas (27%) admitem que se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe. Os dados são da pesquisa “Atitudes Globais pela Igualdade de Gênero” (em tradução livre do inglês), publicada em 2019 pela Ipsos.