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    porto velho, domingo 21 de setembro de 2025

Senado aprova MP que libera compra de vacinas contra Covid por empresas privadas

Texto revoga lei que exigia contrapartida às clínicas, como doação de 50% das doses ao SUS.


R7

Publicada em: 25/10/2022 17:12:56 - Atualizado


BRASIL - O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (25) a medida provisória que revoga uma lei de 2021, que exigia contrapartida para que empresas pudessem comprar e distribuir vacinas contra a Covid-19. Na prática, o texto libera a compra dos imunizantes pelas clínicas privadas.

A medida provisória também retira a responsabilidade civil da União, dos estados, o distrito federal e os municípios sobre efeitos adversos causados pelas vacinas na população após a imunização.

Por se tratar de uma medida provisória, a proposta já está valendo desde a data em que foi editada pelo governo, em junho deste ano.

Na avaliação das clínicas privadas, a medida provisória dá maior segurança jurídica para as empresas que queiram comercializar os imunizantes.

No ano passado, quando o assunto entrou em discussão, o Ministério da Saúde tinha informado que os estabelecimentos comerciais poderiam "comercializar os imunizantes seguindo as recomendações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO)" e que a pasta seguira "ofertando as vacinas para toda a população".

O relator do projeto, senador Wellington Fagundes (PL/MT), afirmou até que as clínicas e farmárcias privadas já estão recebendo doses de vacinas que foram compradas este ano. Porém, ainda não estão repassando para o consumidor porque estavam à espera da aprovação da medida provisória.

A lei revogada exigia que, apenas após o término da imunização dos grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, as clínicas privadas poderiam adquirir, distribuir e administrar vacinas contra a Covid-19.

Além disso, com a antiga lei, as empresas precisariam doar, obrigatoriamente, ao menos 50% ao Sistema Único de Saúde (SUS) e o restante das doses deveriam ser utilizadas de forma gratuita.

Fagundes lembrou que a lei exigia esse dispositivo como forma de garantir a "imunização dos grupos prioritários definidos no plano nacional [de Saúde]". Mas que agora, "o número de doses já enviadas pelo Ministério da Saúde é suficiente para contemplar 100% dos grupos prioritários" e que "existem cerca de 70 milhões de doses em estoque".

"De fato, à época da edição desse diploma legal, não seria razoável permitir que a vacinação de pessoas fora dos grupos prioritários ocorresse – em função de seu maior poder aquisitivo e de sua possibilidade de pagar pela imunização –, antes de outros indivíduos com maior risco para a covid-19, até porque isso redundaria em menor eficiência da imunização da população como um todo e em exacerbação das iniquidades em saúde", afirmou.

À época da edição da medida provisória, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac) apontou que já havia um entendimento de que a lei que exigia a contrapartida pelas empresas não estava em vigor.

Isso porque esse entendimento se vinculava ao período de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). Em abril de 2022, o governo assinou uma portaria que encerrou a situação de emergência.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também tinha esclarecido que o registro sanitário das vacinas já autorizava comercialização e uso do imunizante e, por isso, não haveria necessidade de uma nova regulamentação liberando o uso pelas clínicas privadas.


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