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porto velho, quinta-feira 5 de dezembro de 2024
O Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário de Rondônia (SINJUR) enfrenta uma das maiores crises de credibilidade de sua história.
Sob a liderança de André de Souza Coelho, a atual diretoria tem sido alvo de graves acusações que incluem manipulação de processos eleitorais, desinformação e uso indevido de recursos institucionais, como o do fundo de greve, para atender interesse diverso do que preconiza o Estatuto da Entidade. A situação tem gerado indignação entre servidores e levantado questionamentos sobre o papel do sindicato na defesa da categoria.
A controvérsia começou ainda em 2023, quando André e outros integrantes de sua chapa disputaram as eleições mesmo sem atenderem aos critérios de elegibilidade previstos no Estatuto do SINJUR.
Estes, segundo adversários políticos, não estavam devidamente filiados ao sindicato, mas recorreram a diversas ações judiciais para viabilizar suas candidaturas, fato que a justiça ainda não deu seu veredicto final e, da sentença, ainda cabe recurso.
Derrotados em diferentes instâncias, utilizavam uma estratégia que consistia em solicitar o arquivamento das ações antes de serem citados, apenas para reiniciar os processos em outros tribunais. Essa tática, segundo opositores, é apontada como uma tentativa deliberada de tumultuar os trâmites judiciais e confundir os servidores e a própria justiça.
Para consolidar sua posição, a chapa liderada por André articulou uma Assembleia Geral Extraordinária no final de 2023, com o objetivo de flexibilizar as regras estatutárias que impediam sua candidatura. Usando argumentos que alegavam a inexistência de listas de presença em assembleias anteriores, apresentaram a questão como um problema geral que afetava todos os filiados. Na realidade, críticos apontam que a medida visava exclusivamente favorecer a própria chapa. Muitos servidores, sem perceber a real intenção por trás da votação, aprovaram as mudanças propostas, permitindo que a chapa concorresse nas eleições.
Ainda segundo reclamam filiados, após assumir o comando do sindicato, a atual diretoria estaria utilizando o site oficial do SINJUR como ferramenta de propaganda, com publicação de informações que seriam incompatíveis com a verdade.
O espaço, que deveria ser dedicado à comunicação institucional transparente, teria se tornado palco para disseminação de desinformação e ataques a membros da oposição.
Uma das narrativas mais repetidas pela gestão é a alegação de que estaria sendo perseguida por adversários políticos. No entanto, documentos mostram que o processo utilizado como exemplo de "perseguição" foi, na verdade, movido pela própria diretoria, em uma tentativa de desqualificar adversários e tumultuar o ambiente sindical.
Além das acusações de manipulação interna, a postura da diretoria em relação à Administração do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) tem levantado preocupações. Servidores denunciam uma proximidade excessiva entre o sindicato e a administração, marcada por complacência em temas cruciais que deveriam ser defendidos com veemência para a categoria, como o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e a Gratificação por Atividade Diferenciada (GAD). Essa relação estreita é vista como um comprometimento da independência do sindicato, que deveria ser combativo e atuar na defesa intransigente dos direitos dos servidores. Ressalta-se que o PCCS precarizou direitos antes estabelecidos por lei, agora regulamentados por Resolução e Atos, além de não ter recomposto as perdas salariais acumuladas, agravando a situação financeira e profissional da categoria.
A indignação cresce entre os filiados, que estariam se sentido traídos pelas práticas da atual gestão. O suposto uso de estratégias para manipular assembleias, a propagação de informações supostamente enganosas e a aparente submissão aos interesses da Administração do TJRO, têm gerado um clima de insatisfação generalizada.
Para muitos, é urgente retomar a credibilidade do SINJUR e reconstruir a confiança na entidade, garantindo que ela volte a atuar como uma verdadeira representante dos interesses da categoria.
O futuro do SINJUR agora depende da mobilização dos servidores. É preciso refletir sobre as escolhas feitas, exigir transparência e lutar por uma gestão comprometida com os direitos e conquistas da classe, em vez de práticas que colocam em risco a independência e a credibilidade do sindicato, dizem servidores descontentes.