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    porto velho, sábado 8 de fevereiro de 2025

Milícia russa comete atrocidades no Sudão com o apoio do Grupo Wagner; entenda

Forças de Apoio Rápido (RSF) são aliadas de grupo responsável por crimes como assassinato, estupros e saques no país africano


cnn

Publicada em: 17/06/2023 09:19:56 - Atualizado

MUNDO: Os gritos irromperam no ambiente enquanto um carro cheio de mulheres e crianças atravessava o Chade depois de deixar o Sudão arrasado pela guerra. Uma mulher, nos estágios finais da gravidez, estava no banco de trás, sem vida e empapada de sangue. Seus filhos choravam junto ao corpo.

“Eu estava sentada do lado dela”, contou Butheina Nourin, ao descrever sua perigosa fuga da região sudanesa de Darfur, ao lado da mulher morta. “O nome dela era Fátima. Não sei o sobrenome”.

Combatentes do poderoso grupo paramilitar sudanês, formado pelas Forças de Apoio Rápido (RSF na sigla em inglês) e seus aliados armados, tomaram postos de controle ao longo de sua rota, disse Nourin, exigindo dinheiro de todos os passageiros em troca de passagem segura.

O método brutal de extorsão é generalizado em Darfur, de acordo com dezenas de testemunhas que contaram incidentes semelhantes à CNN.

A vasta região ocidental do Sudão é o local apontado como o do primeiro genocídio do século 21, com milícias árabes em grande parte matando sistematicamente grupos não árabes africanos que compõem a maioria da população local.

Um crescente conjunto de evidências, incluindo relatos em primeira mão, depoimentos de especialistas e vídeos verificados nas redes sociais, sugere que a RSF reviveu essas táticas em Darfur e as exportou para outras partes do Sudão enquanto luta contra os militares do país.

Desde meados de abril, o chefe do exército do Sudão, Abdul Fattah al-Burhan, vem travando uma ofensiva pelos ares, bombardeando posições da RSF em áreas residenciais e infligindo mortes civis.

Enquanto isso, o chefe da RSF, Mohamed Hamdan Dagalo (Hemedti), fortaleceu suas posições militares táticas, expulsando civis de suas propriedades e empregando o roteiro previamente desenvolvido em Darfur: matar, aterrorizar e expulsar.

A história de Fátima é apenas um exemplo. Testemunhas oculares recordaram que, no momento em que o carro que a levava chegou na última das posições da RSF, Fátima tinha ficado sem dinheiro. Naquele momento, apenas alguns quilômetros separavam a mulher, seus dois filhos e o bebê em seu ventre da segurança do Chade.

“Ela disse aos combatentes que gastara todo o seu dinheiro em outros pontos de controle”, disse a testemunha ocular Nourin. “Eles atiraram nela imediatamente. A bala passou por um lado de sua cabeça e saiu do outro. Todos nós gritamos”.

Mercenários russos apoiam Hemedti

O interesse, a influência e o apoio material na região do notório Grupo Wagner, formado por mercenários russos, também estão exacerbando a violência, segundo a CNN.

De acordo com autoridades de inteligência, testemunhas oculares nos principais pontos de trânsito e a análise de informações em código aberto feita pela CNN, o Grupo Wagner tem armado a RSF usando rotas de abastecimento que atravessam a região de Darfur.



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