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porto velho, domingo 22 de dezembro de 2024
MUNDO- Após 37 anos na presidência do Zimbábue, o ditador Robert Mugabe finalmente cedeu às pressões sofridas em meio à crise política do seu governo. A renúncia foi anunciada nesta segunda-feira (21) pelo presidente do Parlamento do país, Jacob Mudenda.
"Eu, Robert Gabriel Mugabe, entrego formalmente minha renúncia como presidente do Zimbábue com efeito imediato. Eu renunciei para fazer uma transferência de poder tranquila",, em trecho da carta-renúncia reproduzida pela agência Reuters.
A renúncia teria sido marcada pela comemoração de populares na capital do Zimbábue e por parlamentares do país, Harare. Embora Mugabe tenha declarado a decisão como "voluntária", o ex-presidente havia recebido um prazo estipulado pelo seu partido, União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica (Zanu-PF, na sigla em inglês), para que ele renunciasse até a data de ontem, segunda-feira (20).
Com a renúncia apresentada pelo ex-presidente através da carta, o processo de impeachment que o Parlamento já começava a discutir nesta terça-feira (21) acabou por ser descontinuado. De acordo com informações da agência, o Parlamento está voltado para o andamento de questões burocráticas para que um novo líder tome posse já na quarta-feira (22).
Desde a semana passada o governo de Robert Mugabe enfrentava uma série crise política, quando os militares deflagraram uma operação contra corruptos do círculo do então presidente. Além de ocuparem as ruas de Harare, os militares assumiram o controle da TV estatal e dos prédios governamentais.
O estopim da crise teria sido a decisão de Mugabe de demitir o seu vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, que começava despontar como seu possível sucessor, de acordo com o G1. O então líder e a primeira-dama, Grace Mugabe, chegaram a ficar confinados na residência de luxo do casal, a "Blue Roof". Por meio de um sobrinho, ele manifestava intenção de ainda assim continuar no poder.
Mugabe foi destituído da liderança do seu partido e substituído pelo seu antigo vice-presidente Mnangagwa, o qual havia demitido dias antes. O processo de impeachment começou a ser discutido entre os parlamentares quando o então líder fez seu pronunciamento na TV estatal ZBC, Zimbabwe Broadcasting Corporation, negando qualquer intenção de renunciar.