MUNDO- Logo após levar um tiro na cabeça disparado pelo extremista islâmico Redouane Lakdim, no Sul da França, na última sexta-feira, o português Renato Silva, de 26 anos, ligou para a sua mãe e falou sobre o que aconteceu. Segundo uma amiga do estudante, porém, Ana Silva só acreditou que o filho foi mesmo vítima do terrorista quando viu o sangue nas imagens que o jovem, então gravemente ferido, enviou pelo telefone.

Os familiares e amigos estão chocados. O terrorismo é um assunto constante, mas a mãe dele não acreditou quando ele ligou contando. Ela só acreditou quando viu as imagens. Renato mandou fotos para mostrar o sangue — afirmou, por telefone ao GLOBO, a estudante portuguesa Karoll Colombo, que é amiga de Renato Silva.

O estudante está em coma induzido e em estado grave, com a bala ainda alojada em seu cérebro. Segundo Karoll Colombo, a situação dele é realmente instável. Os médicos devem decidir, ainda nesta semana, se Renato passará por uma cirurgia para a extração da bala de seu cérebro.

O português dirigia um veículo na cidade de Carcassone quando Redouane Lakdim o fez parar o carro e deu um tiro em sua cabeça. O terrorista também baleou o francês Jean Mazières, de 61 anos, que estava no banco do passageiro e morreu no local. Um policial que estava fazendo jogging também foi alvejado pelo extremista, que, então, seguiu para a cidade vizinha de Trèbes, onde invadiu um supermercado e fez outras vítimas, antes de ser morto. No total, quatro pessoas foram assassinadas pelo marroquino. Dez feridos seguem internados em hospitais da região, segundo a mídia local.

Ao ser encontrado pela polícia francesa, Renato foi socorrido e enviado a um hospital em Perpignan, a 115km de Carcassonne. Karoll afirmou que o português se formou em Arquitetura, na cidade portuguesa de Coimbra, e foi à França continuar estudando, porém na área de hotelaria, pela qual tem um estágio na cidade turística medieval de Carcassonne.

Segundo autoridades, o atirador havia exigido a libertação de Salah Abdeslam, o principal suspeito que sobreviveu aos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, no qual 130 pessoas morreram. Redouane Lakdim nasceu em abril de 1992 em Marrocos e tinha nacionalidade francesa. Ele era conhecido pelos serviços de inteligência franceses.