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    porto velho, quarta-feira 5 de fevereiro de 2025

Ataque a tiros em sinagoga na periferia da cidade de Jerusalém deixa 7 mortos e 10 feridos

Nesta sexta, foram lançados foguetes em direção ao sul de Israel, a partir da Faixa de Gaza.


G1

Publicada em: 27/01/2023 16:12:36 - Atualizado


MUNDO - Sete israelenses morreram e 10 ficaram feridos em um ataque a tiros em uma sinagoga na periferia da cidade de Jerusalém, de acordo com o Ministério de Relações Exteriores de Israel.

A polícia israelense descreveu o incidente como um ataque terrorista. Nenhum grupo reivindicou o ataque. Segundo a polícia, o atirador foi morto.

Em Gaza, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, disse que esta operação "é uma resposta ao crime conduzido pela ocupação em Jenin e uma resposta natural às ações criminosas da ocupação", mas ele não reivindicou o ataque.

A Jihad Islâmica Palestina também elogiou, mas não reivindicou o ataque.

A sinagoga fica em uma região que é considerada pelos israelenses como um bairro de Jerusalém, mas que os palestinos (e a maior parte da comunidade internacional) diz ser terra ocupada ilegalmente pelos israelenses depois de uma guerra em 1967.

Escalada de violência

Há uma escalada de violência entre israelenses e palestinos nos últimos dias.

  • Na quinta-feira, uma incursão de soldados israelenses no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, que deixou nove mortos. Foi um dos ataques mais violentos na Cisjordânia em anos;
  • O Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica prometeram represálias após a essa incursão feira no campo de refugiados de Jenin;
  • Na sexta-feira, foguetes foram disparados contra o sul de Israel a partir da Faixa de Gaza;
  • Israel bombardeou a Faixa de Gaza em resposta a disparos de foguetes a partir do território palestino;
  • Nenhum dos dois lados registou feridos nessa troca de disparos de foguetes. A maioria dos foguetes disparados a partir de Gaza foi interceptada pelo sistema de defesa aérea israelense.

Fogo e fumaça na cidade de Gaza, em 27 de janeiro de 2023 — Foto: Mahmud Hams / AFP

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu a nova escalada como parte de um um "ciclo interminável de violência".

Exército de Israel mata nove palestinos na Cisjordânia

Ambos os grupos, Hamas e Jihad Islâmica, participaram do lançamento de foguetes, disse Khaled el-Batsh, uma autoridade da Jihad Islâmica. Horas antes de disparar os foguetes, ele havia afirmado em um comunicado que os projéteis disparados "levam uma mensagem: o inimigo (Israel

Protestos em Gaza

Antes de se retirar, as forças israelenses "jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo" na ala pediátrica de um hospital de Jenin, "o que provocou a asfixia de algumas crianças", denunciou a ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila.

"Ninguém disparou gás lacrimogêneo deliberadamente contra um hospital [...], mas a operação ocorreu não muito longe de um hospital e é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta", disse um porta-voz do Exército israelense à AFP.

Uma das vítimas de quinta-feira se chamava Majeda Obeid, uma mulher de 61 anos, e sua filha contou como ela faleceu durante a operação militar israelense.

Estado de guerra

"Quando ela terminou de rezar, olhou pela janela por um momento e, então, foi atingida por uma bala no pescoço. Seu corpo tombou contra a parede e depois caiu sobre o chão", disse Kefiyat Obeid, de 26 anos.

O acampamento de Jenin, criado em 1953, é como uma cidade dentro da cidade e abriga cerca de 20 mil refugiados, segundo a UNRWA, agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos

O Exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, realiza operações quase diárias nesse território palestino, principalmente no norte, nos setores de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados palestinos.

"O Exército israelense destrói tudo e atira em tudo que se move", disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu Al Rub.

"O que está acontecendo em Jenin e em seu campo é um massacre perpetrado pelo governo de ocupação israelense", disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina.

O secretário-geral da Liga Árabe denunciou um "massacre sangrento" perpetrado "sob as ordens diretas de [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu", que retornou ao comando do governo de no fim do ano passado.



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