BRASIL -Foi aprovado nesta quinta-feira (1) a reconvocação do coronel Jorge Eduardo Naime para prestar novos esclarecimentos a respeito do envolvimento nos atos extremistas de 8 de janeiro. O pedido ocorre em virtude das contradições entre o depoimento do militar e do General do Exército Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ouvido no dia 15 de maio. Naime já prestou depoimento na CPI no dia 16 de março.

O coronel foi preso no dia 7 de fevereiro na 5ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga participantes, financiadores e fomentadores dos atos do dia 8 de janeiro no no centro da capital federal. O militar segue detido.

Também foi aprovada a convocação do major Flávio Silvestre de Alencar, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O militar foi preso pela 12ª fase da Operação Lesa Pátria e continua detido.

Em requerimento extrapauta foi aprovada a colaboração do diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do Distrito Federal, Victor Dan de Alencar, para auxiliar a comissão em relação ao trabalho do gruo. A convocação do fotógrafo da Reuters Adriano Machado, para prestar esclarecimentos sobre os fatos ocorridos no dia 08 de janeiro, foi negada, ela segunda vez, na comissão.

Agenda de depoimentos

Estão marcados cinco depoimentos para o mês de junho. Os mais aguardados são os do ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, e do chefe interino do Departamento de Operações (DOP) em 8 de janeiro, Paulo José Ferreira. Veja os depoimentos agendados:

5/6: Paulo José Ferreira, chefe interino do Departamento de Operações (DOP) em 8 de janeiro e Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

15/6: general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI;

22/6: Alan Diego dos Santos, preso por tentar explodir um caminhão-tanque perto do Aeroporto de Brasília

29/6: comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves.

"Falha da inteligência do GDF"

Naime foi ouvido pelos distritais no dia 16 de março. Quando foi responder um questionamento do deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP), que quis saber quais outros órgãos teriam falhado além da PM, Naime afirmou que a "inteligência do Governo do Distrito Federal foi a responsável pela falha no dia 8 de janeiro."

Na época, ele era o chefe do Departamento de Operações (DOP) da PM, que articula e prepara tropas para eventos como as manifestações de 8 de janeiro. Porém, na data, ele estava de folga. Primeiro, ele disse não ter como avaliar a atuação dos outros órgãos. “A grande falha que acarretou grande parte do problema e um efetivo da PM menor do que deveria ser foi a inteligência”, defendeu.