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porto velho, sábado 23 de novembro de 2024
PORTO VELHO-RO: As eleições municipais de domingo (06) mantiveram um padrão desanimador para a representatividade feminina na Câmara de Vereadores de Porto Velho. Apesar de 23 cadeiras disponíveis, apenas duas foram conquistadas por mulheres. Sofia Andrade (PL) e Ellis Regina do Sindeprof (UB) serão as únicas vereadoras a compor a nova legislatura, um reflexo da dificuldade histórica das mulheres em ocupar espaços de poder.
Ellis Regina, atual vereadora, conseguiu sua reeleição com 4.034 votos, alcançando a vaga por Quociente Partidário (QP), enquanto Sofia Andrade, novata na Casa, foi eleita por média com 3.359 votos. Este cenário não é inédito: na legislatura que se encerra, Porto Velho também contava com apenas duas vereadoras e uma delas anda enrolada com questiúnculas corruptivas.
A escassa presença feminina no poder legislativo municipal e na política em geral voltou a ser tema de debate. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, expressou preocupação com a falta de avanços. Ela lamentou que nenhuma mulher tenha sido eleita prefeita no primeiro turno das eleições e destacou o contraste entre a maioria do eleitorado feminino e a minoria de mulheres eleitas. "É triste perceber que em um país onde mais de 52% da população e do eleitorado são mulheres, a participação feminina na política ainda é tão pequena", afirmou a ministra.
Estatísticas recentes do Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP) reforçam a gravidade do problema. Em mais de 700 municípios, a cota mínima de 30% de candidaturas femininas não foi atingida. Embora tenha havido um tímido aumento de 1% na proporção de mulheres candidatas em relação às eleições de 2020, a diminuição do número total de registros, tanto para homens quanto para mulheres, revela um retrocesso na amplitude da disputa eleitoral. Foram 55 mil homens e 22 mil mulheres a menos disputando cargos em comparação com o pleito anterior.
A realidade atual mostra que, apesar de pequenos avanços, a participação feminina no cenário político de Porto Velho e no Brasil ainda está longe de refletir o peso que as mulheres têm na sociedade, evidenciando a necessidade de reformas profundas para ampliar essa representatividade.