PORTO VELHO: Quando assinou ficha no MDB a convite de Valdir Raupp e Confúcio Moura já com a promessa de ser o candidato do partido ao governo do estado, o presidente da Assembleia Legislativa nem de longe imaginava o caldeirão de vaidades e de interesses em que estava entrando.

O borbulhar desta fervura que expôs toda a sujeira que envolve o pleito eleitoral dentro da sigla foi neste fim de semana, com a divulgação de áudios onde os dois maiores caciques emedebistas do estado são protagonistas. Ao chamar o Senador Valdir Raupp de traidor, bandido e descarado, Confúcio Moura abriu o leque de revelações, que devem receber réplicas do senador ainda esta semana.

Ainda se sentindo um tanto fora d´água emedebista e ressabiado com uma rasteira que tomou em seu partido anterior, o PP, capitaneada pelo senador Ivo Cassol, que lhe prometeu a vaga para a disputa do governo do estado e puxou seu tapete ao indicar a irmã Jaqueline ao pleito, Maurão acompanha de longe a baixaria emedebista, mas atento a tudo que possa atrapalhar o seu caminho na busca pela candidatura ao Palácio Rio Madeira.

Frustração e expectativa

Maurão de Carvalho não esconde a sua insatisfação com o ex governador Confúcio Moura, a quem vê pouco ou quase nada empenhado em apoiar o seu nome ao governo do estado, depois de tudo o que fez pelo governo de Moura na Assembleia Legislativa.

Durante entrevista ao jornalista Arimar de Sá, no Programa Rondônia em debate, ainda antes desta confusão toda envolvendo Raupp e Confúcio, o pré-candidato ao governo emedebista disse fez tudo pelo ex-chefe do executivo estadual, que sempre lhe assegurou apoio na busca pela vaga ao senado dentro do partido e que não vê esta recíproca, no que diz respeito ao seu pleito de pré-candidato.

Nas entrelinhas, quase que adivinhando o que iria ocorrer no fim de semana, Maurão disse que Confúcio já trabalhava a sua candidatura como certa, mas que teria que passar pelas convenções para ser candidato, assim como qualquer outro postulante dentro do MDB.

“Eu sempre defendi o nome dele e o seu mandato como Governador. Eu fui para o MDB a convite de Confúcio. Mas, infelizmente não conquistei o mesmo apoio da parte dele”, disse.

Com um olho no peixe e outro no gato, o presidente da Assembleia Legislativa tem seguindo a sua rotina de trabalho e de costuras políticas. Está andando o estado todo, conversando com lideranças, articulando possíveis apoios, mas tem a certeza de que o trabalho mesmo só começa depois de homologada a candidatura depois da convenção.

“É uma luta por dia, mas temos a certeza de que o MDB sairá fortalecido nas convenções, com candidato próprio ao governo, definido ao senado e com boas chapas tanto para a Assembleia, quanto para a Câmara Federal.