Fundado em 11/10/2001
porto velho, terça-feira 2 de dezembro de 2025

PORTO VELHO (RO) - Nos bastidores da política rondoniense, o PL ensaia uma articulação que promete barulho: lançar uma chapa majoritária com Carlos Bolsonaro e Fernando Máximo ao Senado, enquanto Marcos Rogério voltaria a disputar o governo. A ideia, que circula com força entre aliados bolsonaristas, revela mais do que uma simples movimentação eleitoral — expõe um claro gesto de sobrevivência da família Bolsonaro.
A presença de Carlos Bolsonaro levanta questionamentos imediatos. Sem qualquer vínculo histórico com Rondônia, sua eventual candidatura é vista como uma manobra para garantir foro privilegiado e preservar a influência dos Bolsonaro em estados onde o bolsonarismo ainda encontra terreno fértil. Para muitos, trata-se de uma candidatura importada, construída mais por conveniência do que por compromisso com o estado.
Fernando Máximo, por sua vez, tenta capitalizar sua popularidade, mas carrega desgastes acumulados na gestão da saúde e enfrenta a desconfiança de grupos que o consideram mais um nome de exposição pública do que de articulação política efetiva.
Já Marcos Rogério busca se reposicionar após a derrota em 2022, apostando que o alinhamento irrestrito ao bolsonarismo ainda pode render dividendos — embora parte da própria direita local avalie alternativas mais competitivas e menos desgastadas.
Se confirmada, essa chapa tende a aprofundar a polarização em Rondônia, arrastando o debate político para uma disputa nacionalizada e distante das prioridades reais do estado. Além disso, deve acirrar conflitos internos na direita, que há anos enfrenta dificuldades para consolidar um projeto consistente e unificado.
O PL, ao que tudo indica, testa sua capacidade de permanecer relevante em um cenário onde o bolsonarismo já não tem a força de outrora — mas ainda garante palanque, barulho e votos. A grande dúvida é se Rondônia aceitará, mais uma vez, servir de vitrine para estratégias eleitorais desenhadas longe daqui.